Ministro diz que Irã trabalhará com agência da ONU, mas que inspeções podem ser arriscadas
O Irã planeja cooperar com o órgão de fiscalização nuclear da ONU, apesar das restrições impostas pelo seu Parlamento, disse o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, no sábado.
Mas ele enfatizou que o acesso às suas instalações nucleares bombardeadas tinha questões de segurança e proteção envolvidas.
A nova lei estipula que qualquer inspeção futura das instalações nucleares do Irã pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) precisa da aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional, o principal órgão de segurança do Irã.
"O risco de espalhar materiais radioativos e o risco de explodir restos de munição (...) são sérios", disse Araqchi à mídia estatal. "Para nós, os inspetores da AIEA que se aproximam das instalações nucleares têm um aspecto de segurança (...) e a segurança dos próprios inspetores é uma questão que deve ser examinada."
Embora a cooperação do Irã com o órgão de vigilância nuclear não tenha sido interrompida, ela assumirá uma nova forma e será orientada e gerenciada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional, disse Araqchi a diplomatas baseados em Teerã.
"As solicitações da AIEA para monitoramento contínuo no Irã serão... decididas caso a caso pelo Conselho, levando em consideração as questões de segurança e proteção", disse Araqchi.
O Irã não concordará com nenhum acordo nuclear que não permita o enriquecimento de urânio, reiterou Araqchi.
A Axios citou fontes no sábado dizendo que o presidente russo, Vladimir Putin, havia expressado apoio à ideia de um acordo no qual Teerã não poderia enriquecer urânio. Mas a agência de notícias semi-oficial do Irã, Tasnim, citou uma "fonte informada" dizendo que Putin não havia enviado tal mensagem ao Irã.
Em entrevista à agência de notícias estatal IRNA, Araqchi disse que o Irã estava analisando cuidadosamente os detalhes de quaisquer negociações nucleares renovadas com os EUA e buscando garantias de que Washington não recorreria novamente à força militar. "Não estamos com pressa de entrar em negociações sem consideração", acrescentou.