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Investigadores da ONU relacionam forças dos EUA, Síria e Rússia a crimes de guerra

11 set 2019 - 12h01
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Ataques aéreos de forças da coalizão liderada pelos Estados Unidos na Síria mataram ou feriram muitos civis, o que indica que precauções exigidas foram ignoradas e que crimes de guerra podem ter sido cometidos, disseram investigadores da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira.

Brasileiro Paulo Pinheiro, chefe da Comissão de Inquérito das Nações Unidas para a Síria, durante entrevista coletiva em Genebra
11/09/2019
REUTERS/Denis Balibouse
Brasileiro Paulo Pinheiro, chefe da Comissão de Inquérito das Nações Unidas para a Síria, durante entrevista coletiva em Genebra 11/09/2019 REUTERS/Denis Balibouse
Foto: Reuters

O governo sírio e aviões de guerra da aliada Rússia também estão realizando uma campanha letal que parece visar instalações médicas, escolas, mercados e terras de cultivo, o que também pode equivaler a crimes de guerra, disse o relatório da Comissão de Inquérito das Nações Unidas para a Síria.

Os investigadores também acusaram a Hayat Tahrir al-Sham, uma aliança jihadista antes conhecida como Frente Al-Nusra que é o grupo armado dominante de Idlib, de disparar mísseis indiscriminadamente e de matar civis.

A guerra que já dura oito anos tirou a vida de centenas de milhares e expulsou 13 milhões de pessoas de suas casas, das quais metade deixou sua terra natal.

Apoiadas pelo poderio aéreo da coalizão encabeçada pelos EUA na luta para expulsar o Estado Islâmico, as Forças Democráticas Sírias (FDS), que incluem combatentes curdos, retomaram o último grande bastião do grupo em Hajin, no leste da Síria, no final de dezembro.

A operação Tempestade Al-Jazeera da coalizão resultou em um grande número de baixas civis, incluindo uma série de ataques no dia 3 de janeiro a Sha'fah, no sul de Hajin, que matou 16 civis, entre eles 12 crianças, disse o relatório da ONU.

"A comissão conclui que há motivos razoáveis para acreditar que forças da coalizão internacional podem não ter direcionado seus ataques contra um objetivo militar específico, ou sido incapaz de fazê-lo com a precaução necessária", disse.

"Lançar ataques indiscriminados que resultam na morte ou ferimentos de civis equivale a um crime de guerra em casos nos quais tais ataques são realizados descuidadamente", acrescentou.

Não foi possível contatar autoridades da coalizão de imediato para obter comentários sobre o relatório.

Ataques noturnos das forças das SDF auxiliados por helicópteros armados da coalizão mataram e feriram civis em Shahil e outras partes da província de Deir al-Zor, outras violações aparentes da lei internacional, disseram os investigadores.

O relatório cobre um período anual encerrado em julho e se baseou em quase 300 entrevistas e análises de imagens de satélite, fotos e vídeos.

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