Rússia quer 'mergulhar Ucrânia na escuridão', diz primeira-ministra após ataque com mortos em Zaporíjia
A Rússia lançou, na madrugada de quinta-feira (30), uma série de ataques contra as infraestruturas energéticas da Ucrânia, provocando restrições no fornecimento de eletricidade em todo o país e deixando três mortos, incluindo uma criança, na cidade de Zaporíjia, segundo autoridades. A primeira-ministra Yulia Svyrydenko acusou Moscou de ter o povo ucraniano e o fornecimento de energia elétrica como alvo, com a aproximação do inverno no hemisfério norte.
A Rússia lançou, na madrugada de quinta-feira (30), uma série de ataques contra as infraestruturas energéticas da Ucrânia, provocando restrições no fornecimento de eletricidade em todo o país e deixando três mortos, incluindo uma criança, na cidade de Zaporíjia, segundo autoridades. A primeira-ministra Yulia Svyrydenko acusou Moscou de ter o povo ucraniano e o fornecimento de energia elétrica como alvo, com a aproximação do inverno no hemisfério norte.
"O objetivo deles é mergulhar a Ucrânia na escuridão. O nosso é preservar a luz", declarou Yulia Svyrydenko no aplicativo Telegram. "Para pôr fim ao terror, precisamos de mais sistemas de defesa antiaérea, sanções mais severas e máxima pressão sobre o agressor", acrescentou.
Na cidade de Zaporíjia (sudeste), onde prédios residenciais foram atingidos, as autoridades informaram inicialmente a morte de duas pessoas. Mais tarde, a administração regional anunciou que uma menina de sete anos faleceu no hospital após ser ferida no ataque.
Como consequência, a Ucrânia foi forçada a restringir o fornecimento de eletricidade em todo o território nacional. As ofensivas atingiram instalações energéticas nas regiões central, ocidental e sudeste da Ucrânia, segundo autoridades ucranianas.
Impactos no fornecimento de eletricidade, água e aquecimento
O Exército russo, que ocupa a Ucrânia há quase quatro anos, iniciou nas últimas semanas uma nova campanha de bombardeios contra a rede elétrica, com a chegada do inverno no hemisfério norte, a partir de dezembro.
Durante a madrugada, "o inimigo utilizou mais de 650 drones e mais de 50 mísseis de diferentes tipos" para atingir "instalações energéticas e residências comuns" em dez regiões da Ucrânia, denunciou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky nas redes sociais.
O Ministério da Defesa da Rússia declarou ter realizado um ataque "maciço" contra "empresas do complexo militar-industrial" e "infraestruturas energéticas que garantem seu funcionamento", além de "aeródromos militares".
O Ministério da Energia anunciou restrições nacionais no fornecimento de eletricidade tanto para residências quanto para indústrias. Em algumas regiões, o abastecimento de água e o aquecimento também foram afetados.
De acordo com autoridades regionais, duas instalações energéticas na região de Lviv, no oeste do país, foram danificadas. A DTEK, maior empresa privada de energia da Ucrânia, informou que suas usinas termelétricas, distribuídas por várias regiões, foram alvo dos ataques.
"Esse ataque representa um golpe duro para nossos esforços de manter o fornecimento de energia neste inverno", lamentou no X o diretor da DTEK, Maxim Timtchenko. "Dada a intensidade dos ataques nos últimos dois meses, está claro que a Rússia pretende destruir completamente o sistema energético da Ucrânia", acrescentou.
A operadora pública de energia Ukrenergo anunciou inicialmente cortes emergenciais de eletricidade na maioria das regiões pela manhã, antes de transformá-los em racionamentos programados para equilibrar a produção e o consumo da rede.
Rússia avança e Ucrânia pede reforço dos EUA e UE
A Rússia também afirmou ter capturado duas novas localidades no nordeste e no sul da Ucrânia, onde o Exército ucraniano vem perdendo terreno há meses. Trata-se das localidades de Sadové, na região de Kharkiv, e de Krasnoguirské, na região de Zaporíjia.
"Contamos com os Estados Unidos, a Europa e os países do G7 para não ignorarem a intenção de Moscou de destruir tudo", declarou Zelensky, pedindo o reforço das sanções contra Moscou.
Com falta de tropas e armamentos, o exército ucraniano responde com ataques de longo alcance, geralmente realizados com drones.
Nos últimos meses, os ataques de Kiev têm se concentrado principalmente em infraestruturas energéticas russas, com o objetivo de interromper as exportações de petróleo e reduzir o financiamento do esforço de guerra de Moscou.
Na semana passada, Washington e a União Europeia anunciaram sanções contra o setor petrolífero russo, na esperança de pressionar Moscou a encerrar a invasão.
Com informações da AFP