Roubo no Louvre: direção do museu defende qualidade das vitrines danificadas por ladrões
A direção do museu do Louvre defendeu nesta terça-feira (21), a qualidade das vitrines que protegiam as joias roubadas no domingo na Galeria de Apolo. A declaração ocorre depois que o jornal francês Le Canard Enchaîné afirmou que o material dos compartimentos é "aparentemente mais frágil" do que o utilizado antes da reforma de 2019 na sala.
A direção do museu do Louvre defendeu nesta terça-feira (21), a qualidade das vitrines que protegiam as joias roubadas no domingo na Galeria de Apolo. A declaração ocorre depois que o jornal francês Le Canard Enchaîné afirmou que o material dos compartimentos é "aparentemente mais frágil" do que o utilizado antes da reforma de 2019 na sala.
"O Museu do Louvre afirma que as vitrines instaladas em dezembro de 2019 representaram um avanço considerável em termos de segurança, dado o grau de obsolescência dos equipamentos anteriores, que, sem substituição, teria levado à retirada das obras da vista do público", declarou a direção do museu parisiense. O jornal publicou que "o roubo das joias da Coroa, ocorrido na manhã de 19 de outubro, provavelmente poderia ter sido evitado se o museu do Louvre não tivesse trocado as vitrines que as protegiam por outras supostamente mais seguras".
O Canard Enchaîné afirma que a antiga vitrine blindada, instalada na galeria nos anos 1950 era equipada com um sistema mais efetivo e, provavelmente poderia ter evitado o roubo. A direção do Louvre, no entanto, garante que esse equipamento se tornou-se "inoperante e obsoleto, apresentando falhas". "Vários acidentes foram registrados", colocando "as obras em risco", segundo o museu. Três novas vitrines, "com todas as garantias necessárias" — incluindo as duas que foram arrombadas no domingo — foram encomendadas após estudos iniciados em 2014, acrescenta a direção.
Brechas na segurança
"Após o roubo, o Louvre diante das falhas de segurança", diz o título de uma matéria do jornal Libération. "Equipamentos obsoletos, escassez de funcionários e uma polêmica que cresce, diante das brechas de proteção do museu mais visitado do mundo", reitera o texto.
O despreparo dos funcionários é tamanho que, num primeiro momento, os agentes de segurança chegaram a pensar que a ação dos ladrões se tratava de um atentado terrorista, afirma Libé. Segundo informações obtidas pela reportagem, funcionários do Louvre denunciam há anos falhas nos esquemas de segurança do museu, tanto na infraestrutura técnica quanto na escassez de pessoal para garantir a proteção das mais de 400 salas.
Para a ministra francesa da Cultura, Rachida Dati, o roubo no Louvre é resultado de "quarenta anos de abandono sobre a questão da segurança" no local. O sistema é tão arcaico que nem todas as salas possuem câmeras de segurança, revela o jornal Le Figaro. Segundo o diário, os ladrões só fugiram quando os alarmes começaram a soar, sete minutos após a entrada do comando na Galeria de Apolo.
História da França
"Eles roubaram a história da França": é a manchete do jornal Le Parisien, que estampa sua capa com a foto de uma das jóias levadas pelos criminosos, o colar de esmeraldas da imperatriz Maria Luísa. O diário traz a lista de todos os tesouros roubados, com a explicação detalhada da história de cada um. Em entrevista ao jornal, o especialista em joias e pedras preciosas, Ariel Altman, que explica que o prejuízo é superior às dezenas de milhões de euros estimados, devido ao valor histórico das relíquias.
-1ji4imcamuhx4.png){kind=logo}
A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
