Paris confiscou os passaportes e documentos de identidade de seis franceses que se preparavam a viajar para a Síria, uma medida aplicada pela primeira vez na França e que poderia ser estendida a outros 40 potenciais aspirantes a entrar na jihad.
"Se cidadãos franceses saem do país para cometer atos de violência no Iraque e na Síria, em seu retorno serão um perigo ainda maior" e poderiam "cometer atos terroristas", explicou nesta segunda-feira o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, que tem o objetivo de evitar o retorno de jihadistas "animados apenas por instintos de violência".
O confisco do passaporte é a primeira medida de proibição de saída do território francês aplicada desde a adoção, em novembro passado, de uma lei para combater as viagens de jihadistas para regiões de combate.
Segundo estimativas oficiais, a França é um dos principais países ocidentais de onde vêm os jihadistas estrangeiros na Síria.
França tenta combater extremismo dentro de prisões:
Desde os ataques de Paris, que deixaram 17 mortos em janeiro, a França redobrou os esforços para tentar evitar essas partidas.
As carteiras de identidade e os passaportes dos seis homens, com idades entre 23 e 28 anos de idade, foram confiscados por um período de seis meses, renovável por dois anos. As pessoas afetadas pela medida recebem em troca um recibo, segundo uma fonte próxima ao caso.
Os serviços de inteligência consideraram que essas pessoas se preparavam para deixar o território francês "de maneira iminente" para a Síria. Alguns deles já haviam viajado para esse país, acrescentou a fonte.
"Estão em preparação quarenta" proibições para deixar o território, anunciou Cazeneuve durante uma coletiva de imprensa, acrescentando que a ação das autoridades a esse respeito deverá se intensificar "nas próximas semanas".
Sobre as características das pessoas envolvidas até o momento, o ministro disse que tratam-se, essencialmente, de jovens e de "20% convertidos" ao islamismo.
Como na Inglaterra, país que ficou chocado com a viagem para a Síria de três adolescentes de "boa família", os testemunhos dos pais de jovens que escolheram a jihad violenta se multiplicando, e mostram que estes provêm de vários meios sociais diferentes. As famílias se dão conta aos poucos de sua impotência diante de uma radicalização brutal e irreversível.
Os pais de um jovem de 19 anos, Pierre Choulet, declararam na semana passada sua incompreensão diante da transformação de seu filho, fã de futebol de uma pequena cidade do leste da França, que cometeu um atentado suicida no Iraque após se juntar ao grupo Estado Islâmico (EI).
Nas últimas semanas, as autoridades francesas realizaram vários ações antijihadistas: Seis supostos membros de uma rede jihadista foram presos no início de fevereiro em Toulouse (sul), poucos dias após a detenção, pelas mesmas razões, de outras oito pessoas nas regiões de Paris e Lyon (leste).
De acordo com o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, cerca de 1.400 franceses ou residentes na França "estão em contato" com as redes jihadistas.
De acordo com especialistas, os bombardeios ocidentais contra posições do EI são uma das motivações para aprendizes de jihadistas de todo o mundo, que se reúnem em números cada vez maiores às fileiras da organização extremista.
"A tendência é clara e preocupante. O número de combatentes estrangeiros que viaja à Síria não tem precedentes", destacou recentemente em Washington Nicholas Rasmussen, diretor do centro americano de luta antiterrorista, evocando voluntários procedentes de mais de 90 países.
Milhares de pessoas se reúnem na Praça da República em Paris, para paricipar da manifestação em homenagem às vítimas dos ataques terroristas à capital francesa
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Manifestantes exibem placas com a seguinte mensagem: " Je Suis Charlie", em referência à revista de humor atacada por dois irmãos terroristas
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Manifestantes sobem no monumento da Praça da República, que expõe os valores exaltados pela França: liberdade, igualdade e fraternidade
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Milhares de pessoas foram convocadas a participar da Marcha da Unidade, em Paris
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Manifestante exibe uma bandeira da França durante concentração na Praça da República
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Manifestação é realizada em memória das vítimas dos autores dos atentados contra a revista de humor Charlie Hebdo e a um mercado judaico de Paris
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O ex-presidente Nicolas Sarkozy recebe os cumprimentos do atual líder francês, François Hollande, no Palácio do Eliseu
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O primeiro ministro espanhol, Mariano Rajoy, é recebido pelo presidente francês antes do início das manifestações
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O rei da Jordânia, Abdullah, e a esposa, a rainha Rania, também foram a Paris para participar das homenagens
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O primeiro-ministro britânico, David Cameron, cumprimenta o presidente da França, François Hollande
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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acena para os jornalistas ao ser recebido por Hollande no Palácio do Eliseu
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O presidente palestino, Mahmoud Abbas, é recepcionado pelo colega François Hollande na sua chegada ao Palácio do Eliseu
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Autoridades da Alemanha, Espanha, Jordânia, Israel, Reino Unido e de vários outros países se juntam ao presidente François Hollande durante a marcha pela liberdade
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O presidente francês, François Hollande, conforta o colunista do Charlie Hebdo Patrick Pelloux durante a marcha pela liberdade
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De braços dados, líderes mundiais marcham pela liberdade de expressão e em homenagem aos mortos nos atentados de Paris
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Manifestantes percorrem as ruas de Paris durante marcha pela liberdade
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Jovem francesa desenha dois lápis sendo atingidos por avião, de modo similar ao ataque as torres gêmeas em 11 de setembro de 2001
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Familiares de vítima carregam cartaz "Eu sou Michael Saada" durante a marcha em Paris
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Ao todo, 40 líderes mundiais perfilam com os braços entrelaçados em passeata em Paris, em torno do presidente francês, François Hollande
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Chinesa carrega cartaz em homenagem ao jornal alvo dos ataques na última quarta-feira, em francês e chinês
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Cartaz que foi o mote da manifestação, "Eu sou Charlie" é visto no meio da manifestação
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Lápis virou símbolo dos manifestantes contra o ódio provocado pelos extremistas nos atentados em Paris
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Colunista do Charlie Hebdo, Patrick Pelloux muito emocionado durante a marcha pela liberdade
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Homem toca estátua pichada ao lado do símbolo da marcha, "Je Suis Charlie"
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Franceses acedem velas com cair da noite na marcha pela liberdade em Paris
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Uma mulher acende uma luz e reverência os quatro cartunistas mortos no ataque à revista Charlie Hebdo
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Vista geral da marcha pela liberdade neste domingo
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Homem usa lápis durante ato em Paris em homenagem aos cartunistas mortos
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Franceses carregam bandeira do país e faixas em homenagem às vítimas do ataque
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Pessoas escalam monumento em Paris durante ato neste domingo
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Velas são acesas na praça da Liberdade em Paris
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Pessoas escalam o monumento da Queda da Bastilha durante os últimos momentos da marcha pela liberdade
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Premiê de Israel, Benjamin Netanyahu chega a Grande Sinagoga de Paris para discurso em homenagem às vítimas do ataque ao mercado kosher
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Premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e presidente francês, François Hollande, lado a lado na Grande Sinagoga de Paris