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Europa

França proíbe aspirantes a jihadistas de deixarem o país

Desde os ataques de Paris, que deixaram 17 mortos em janeiro, o país redobrou os esforços para tentar evitar essas viagens

23 fev 2015 - 15h12
(atualizado às 15h44)
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O presidente da França, François Hollande, discursa durante evento em Paris. 19/01/2015
O presidente da França, François Hollande, discursa durante evento em Paris. 19/01/2015
Foto: Philippe Wojazer / Reuters

Paris confiscou os passaportes e documentos de identidade de seis franceses que se preparavam a viajar para a Síria, uma medida aplicada pela primeira vez na França e que poderia ser estendida a outros 40 potenciais aspirantes a entrar na jihad.

"Se cidadãos franceses saem do país para cometer atos de violência no Iraque e na Síria, em seu retorno serão um perigo ainda maior" e poderiam "cometer atos terroristas", explicou nesta segunda-feira o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, que tem o objetivo de evitar o retorno de jihadistas "animados apenas por instintos de violência".

O confisco do passaporte é a primeira medida de proibição de saída do território francês aplicada desde a adoção, em novembro passado, de uma lei para combater as viagens de jihadistas para regiões de combate.

Segundo estimativas oficiais, a França é um dos principais países ocidentais de onde vêm os jihadistas estrangeiros na Síria.

França tenta combater extremismo dentro de prisões:

Desde os ataques de Paris, que deixaram 17 mortos em janeiro, a França redobrou os esforços para tentar evitar essas partidas.

As carteiras de identidade e os passaportes dos seis homens, com idades entre 23 e 28 anos de idade, foram confiscados por um período de seis meses, renovável por dois anos. As pessoas afetadas pela medida recebem em troca um recibo, segundo uma fonte próxima ao caso.

Os serviços de inteligência consideraram que essas pessoas se preparavam para deixar o território francês "de maneira iminente" para a Síria. Alguns deles já haviam viajado para esse país, acrescentou a fonte.

"Estão em preparação quarenta" proibições para deixar o território, anunciou Cazeneuve durante uma coletiva de imprensa, acrescentando que a ação das autoridades a esse respeito deverá se intensificar "nas próximas semanas".

Sobre as características das pessoas envolvidas até o momento, o ministro disse que tratam-se, essencialmente, de jovens e de "20% convertidos" ao islamismo.

Como na Inglaterra, país que ficou chocado com a viagem para a Síria de três adolescentes de "boa família", os testemunhos dos pais de jovens que escolheram a jihad violenta se multiplicando, e mostram que estes provêm de vários meios sociais diferentes. As famílias se dão conta aos poucos de sua impotência diante de uma radicalização brutal e irreversível.

Os pais de um jovem de 19 anos, Pierre Choulet, declararam na semana passada sua incompreensão diante da transformação de seu filho, fã de futebol de uma pequena cidade do leste da França, que cometeu um atentado suicida no Iraque após se juntar ao grupo Estado Islâmico (EI).

Nas últimas semanas, as autoridades francesas realizaram vários ações antijihadistas: Seis supostos membros de uma rede jihadista foram presos no início de fevereiro em Toulouse (sul), poucos dias após a detenção, pelas mesmas razões, de outras oito pessoas nas regiões de Paris e Lyon (leste).

De acordo com o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, cerca de 1.400 franceses ou residentes na França "estão em contato" com as redes jihadistas.

De acordo com especialistas, os bombardeios ocidentais contra posições do EI são uma das motivações para aprendizes de jihadistas de todo o mundo, que se reúnem em números cada vez maiores às fileiras da organização extremista.

"A tendência é clara e preocupante. O número de combatentes estrangeiros que viaja à Síria não tem precedentes", destacou recentemente em Washington Nicholas Rasmussen, diretor do centro americano de luta antiterrorista, evocando voluntários procedentes de mais de 90 países.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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