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Oriente Médio

Itália se propõe a liderar ações na Líbia contra jihadistas

País teme possível avanço de extremistas pelo Mar Mediterrâneo

19 fev 2015 - 12h22
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Vídeo divulgado pelo Estado Islâmico em 16 de fevereriro mostra a decapitação de 21 egípcios em uma praia da Líbia
Vídeo divulgado pelo Estado Islâmico em 16 de fevereriro mostra a decapitação de 21 egípcios em uma praia da Líbia
Foto: Reuters

O governo italiano declarou nesta quinta-feira (19) que está pronto para assumir um papel de liderança nas possíveis ações que a comunidade internacional pretende tomar para conter o avanço do grupo extremista Estado Islâmico (EI, ex-Isis) na Líbia.

Nos últimos dias, Roma tem feito apelos aos organismos internacionais para que adotem medidas conjuntas contra o EI, que está dominando zonas da Líbia, como a cidade de Derna. O tema já está sob análise do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"A reunião do CS sobre a Líbia, além do conteúdo das declarações, é um claro sucesso italiano. Finalmente, o mundo está abrindo os olhos. Agora, precisamos dar um passo adiante", disse o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi.

Apesar do Egito pedir uma intervenção militar na Líbia, a Itália, que já colonizou o país no passado, afirma que a solução precisa ser política. Ambos, porém, concordam com a necessidade da ajuda das Nações Unidas. "Seremos os solicitantes de uma ação da ONU", disse o ministro italiano do Interior, Angelino Alfano, que está em Washington.

"A ONU deve ir até o final nesta história e cumprir a parte que lhe cabe, porque a Itália não tem nenhuma intenção de tomar partido sem a ONU. A rápida evolução dos eventos na Líbia justifica a necessidade da mesma velocidade da parte da ONU e dos organismos multilaterais internacionais", ressaltou.

Nesta semana, a imprensa internacional publicou supostos documentos pertencentes ao EI, os quais demonstariam a intenção do grupo de dominar o sul da Europa através de infiltrações em navios de imigrantes que partem da Líbia e sequestros de cruzeiros. Como medida de segurança, a Itália ordenou a retirada de cidadãos que vivem na Líbia. Já o Egito, que teve 21 cristãos coptas decapitados pelo EI, iniciou uma série de bombardeios contra os alvos do grupo em território líbio.

Ontem, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, garantiu que seu país não está em guerra contra o Islã, mas sim, "contra aqueles que pervertem o islamismo".

O mandatário participou da Cúpula Internacional sobre a Violência e o Extremismo, que termina hoje em Washington. "Os terroristas não falam por um bilhão de muçulmanos", defendeu Obama.

Por sua vez, o representante russo permanente nas Nações Unidas, Vitaly Churkin, afirmou que Moscou poderia participar de uma eventual coalizão internacional contra o EI na Líbia. Neste caso, a Rússia garantiria um bloqueio naval para impedir a chegada de armas aos extremistas.

"Do ponto de vista político, eu não excluiria essa possibilidade. Mas a decisão não é minha. Se a Rússia participou das operações ao longo da costa somali, por que não poderia fazer o mesmo no Mar Mediterrâneo?", ressaltou.

O Qatar convocou o seu embaixador no Egito para consultas após o governo do Cairo tomar a decisão unilateral de bombardear os alvos do EI na Líbia Um representante do Ministério das Relações Exteriores do Qatar condenou a execução dos 21 cristãos egípcios, mas ressaltou que as atitudes do Egito são uma afronta "à sabedoria, ao comportamento e aos princípios da ação árabe conjunta".

O gesto indica que ainda há rusgas entre os dois países, apesar de uma tentativa de reaproximação em dezembro, após 18 meses de afastamento devido ao apoio do Qatar à Irmandade Muçulmana. 

Desvendando o Estado Islâmico Desvendando o Estado Islâmico

Fonte: Ansa Brasil
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