Editoras brasileiras desembarcam em Frankfurt com agenda voltada à internacionalização e tendências
Até domingo (19), a cidade de Frankfurt, na Alemanha, volta a ser o centro das atenções do mercado editorial global. Com as Filipinas como país homenageado nesta edição de 2025, a Feira do Livro reúne milhares de profissionais do setor e recebe uma delegação brasileira formada por 27 empresas editoriais, além de uma comitiva institucional coordenada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL).
Até domingo (19), a cidade de Frankfurt, na Alemanha, volta a ser o centro das atenções do mercado editorial global. Com as Filipinas como país homenageado nesta edição de 2025, a Feira do Livro reúne milhares de profissionais do setor e recebe uma delegação brasileira formada por 27 empresas editoriais, além de uma comitiva institucional coordenada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL).
O estande brasileiro, organizado pelo projeto Brazilian Publishers em parceria com a ApexBrasil e o Itamaraty, propõe uma programação voltada à promoção da literatura brasileira e à negociação de direitos autorais.
Além da comitiva oficial, nove profissionais independentes — entre autores e editores — participam da feira por meio do programa Passaporte Frankfurt, promovido pela Faculdade LabPub em colaboração com a organização da feira e a empresa MVB. A programação brasileira inclui sessões de negócios, rodas de leitura, palestras e ações de promoção internacional da literatura nacional. O estande brasileiro também é palco do lançamento da nova edição do Catálogo de Livros e Direitos Autorais, com obras disponíveis para negociação em formato digital e bilíngue.
Entre os destaques, o diretor Luiz Fernando Carvalho participou na quarta-feira (15) do evento Book-to-Screen, no Museu de Cinema de Frankfurt, debatendo a adaptação cinematográfica de A Paixão Segundo G.H., de Clarice Lispector, ao lado da editora alemã Britta Egetemeier, da Penguin Random House. A agenda brasileira inclui ainda painéis sobre sustentabilidade, protagonismo feminino e diversidade no setor editorial, com nomes como Karine Pansa, Cristiana Xavier de Brito, Fátima Nascimento e Sevani Matos.
Para o Brasil, a participação na Feira de Frankfurt tem se tornado cada vez mais estratégica. Editoras brasileiras como Ubu, EDUSP, Eureka, Faro Editorial, FTD Educação, Girassol Brasil, Companhia das Letras, Sextante, Aleph e Record marcaram presença em 2024 e 2025, com apoio da Câmara Brasileira do Livro (CBL), da ApexBrasil e do programa CreativeSP, do Governo de São Paulo. A feira é uma vitrine para a literatura nacional, permitindo a negociação de direitos autorais, traduções e parcerias internacionais. Em 2024, o setor editorial brasileiro registrou crescimento de 3,7%, alcançando R$ 4,2 bilhões em faturamento — resultado impulsionado, em parte, por ações de internacionalização como Frankfurt.
Literatura em contexto de crise
A Feira de Frankfurt deste ano reúne ainda mais de 50 eventos voltados à geopolítica, direitos humanos e liberdade de expressão, com atenção especial à literatura em contextos de crise — como Gaza, Ucrânia e Sudeste Asiático. Entre os convidados estão a jornalista filipina Maria Ressa, Nobel da Paz, o ex-secretário da Otan, Jens Stoltenberg, além do livreiro palestino Mahmoud Muna.
Além dos negócios, a feira aponta tendências que moldam o comportamento dos leitores em todo o mundo. Em 2025, gêneros como "romantasy" [gênero literário que combina romance e fantasia] e "new adult" [gênero literário que foca em personagens e temas de transição da juventude para a vida adulta] parecem dominar o interesse do público jovem, enquanto thrillers feministas como See Jane Run, da norte-americana Charlotte Alter, despertaram atenção de editoras brasileiras.
O mercado de audiolivros e conteúdos digitais também ganhou força, com foco em experiências personalizadas e acessíveis. A sustentabilidade editorial, com práticas ecológicas na impressão e distribuição, foi outro tema em destaque nesta edição da Feira do Livro de Frankfurt de 2025.
Com agências