Departamento de Justiça divulga documentos sobre o caso Jeffrey Epstein
Criminoso foi acusado de liderar rede de exploração sexual e tem ligação com grandes nomes como o presidente dos EUA, Donald Trump
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos tornou públicos milhares de documentos ligados à investigação sobre Jeffrey Epstein, condenado por crimes sexuais e morto em 2019 enquanto aguardava julgamento por acusações federais de tráfico sexual de menores. A liberação do material ocorre após anos de pressão pública e política por mais transparência no caso, que envolve grandes nomes, como o próprio presidente dos EUA, Donald Trump.
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A divulgação ocorre após a aprovação do Epstein Files Transparency Act, lei que obriga o Departamento de Justiça a disponibilizar todos os registros não classificados relacionados às investigações e aos processos envolvendo Epstein.
A legislação também prevê a liberação de documentos relacionados a Ghislaine Maxwell, ex-companheira e colaboradora de Epstein. Em 2021, ela foi condenada por auxiliar o esquema de tráfico sexual de adolescentes e recebeu pena de 20 anos de prisão.
Antes da votação do projeto no Congresso, em novembro, Trump mudou de posição sobre o tema. Após resistir e pedir que parlamentares republicanos barrassem a proposta, ele passou a defender a aprovação da medida. Em 19 de novembro, Trump anunciou a sanção da lei, apesar de ter autoridade para liberar os documentos por iniciativa própria.
O presidente teve uma amizade por cerca de 15 anos com o criminoso, até um rompimento em 2004. Porém, Trump nega qualquer envolvimento ou conhecimento dos crimes.
Mais cedo, nesta sexta-feira, o procurador-geral adjunto Todd Blanche afirmou que a expectativa era de que o Departamento de Justiça divulgasse "várias centenas de milhares de documentos hoje" relacionados a Epstein. Segundo ele, novos lotes devem ser liberados nas próximas semanas.
Divulgação não é total
Embora o texto legal determine a divulgação de materiais não classificados, a transparência é limitada, já que a lei inclui exceções, como a possibilidade de manter sob sigilo conteúdos "que possam comprometer uma investigação federal em andamento".