Descobertas no Mediterrâneo reacendem a história do Farol de Alexandria
Descobertas recentes no Mediterrâneo reacendem o interesse pelo Farol de Alexandria, uma das obras mais emblemáticas da Antiguidade. Arqueólogos investigam estruturas submersas próximas ao litoral egípcio e apontam semelhanças com descrições históricas do monumento. As novas análises reforçam debates antigos sobre a localização exata e o tamanho da construção. Especialistas analisam blocos de pedra talhada, […]
Descobertas recentes no Mediterrâneo reacendem o interesse pelo Farol de Alexandria, uma das obras mais emblemáticas da Antiguidade. Arqueólogos investigam estruturas submersas próximas ao litoral egípcio e apontam semelhanças com descrições históricas do monumento. As novas análises reforçam debates antigos sobre a localização exata e o tamanho da construção.
Especialistas analisam blocos de pedra talhada, colunas e bases que surgem nas imagens feitas por mergulhadores e por sondagens submarinas. Pesquisas em andamento comparam essas peças com registros de viajantes greco-romanos. Assim, a comunidade científica busca entender se esses vestígios pertencem de fato ao Farol de Alexandria ou a outros edifícios do antigo porto.
Descobertas no Mediterrâneo reacendem a história do Farol de Alexandria
Equipes de arqueologia subaquática mapeiam há décadas a região do antigo porto de Alexandria. Nas últimas campanhas, pesquisadores identificam novos conjuntos de blocos de calcário e granito, alguns com inscrições apagadas pelo tempo. Essas peças se espalham por áreas que sofreram afundamentos devido a terremotos e alterações do nível do mar.
Os estudos utilizam tecnologias de varredura a laser, fotografia em alta resolução e modelagem 3D. Com isso, grupos internacionais cruzam dados históricos e geológicos. Relatos antigos descrevem grandes blocos ajustados com precisão e estátuas monumentais próximas à base do farol. As descobertas atuais apresentam características compatíveis, embora os cientistas mantenham cautela nas interpretações.
Instituições de pesquisa do Egito e de outros países divulgam relatórios preliminares e destacam a necessidade de novas escavações. Projetos em andamento também avaliam como maremotos e abalos sísmicos afetaram o litoral alexandrino ao longo dos séculos. Dessa forma, os arqueólogos tentam reconstruir o cenário em que o Farol de Alexandria ruiu e afundou parcialmente.
O que era o Farol de Alexandria?
O Farol de Alexandria, também conhecido como Farol de Pharos, integrava as sete maravilhas do mundo antigo. Fontes históricas indicam que construtores ergueram a torre na ilha de Pharos, em frente ao porto de Alexandria, por volta do século III a.C. A estrutura orientava embarcações que se aproximavam da costa egípcia e simbolizava o poder do reino ptolomaico.
Relatos de geógrafos e viajantes descrevem o farol com três níveis principais. A base quadrada sustentava um corpo octogonal ou cilíndrico, que se estreitava em direção ao topo. No último nível, uma pequena torre mantinha o fogo que guiava as naus durante a noite. Durante o dia, a luz do sol refletia em superfícies polidas e aumentava o alcance visual da construção.
Estudiosos estimam que o Farol de Alexandria alcançava entre 100 e 130 metros de altura. Essas medidas tornavam a torre uma das estruturas mais altas da época. Ao mesmo tempo, o monumento funcionava como marco urbano. Assim, navegadores identificavam facilmente a entrada do porto, que concentrava intenso fluxo comercial e cultural no Mediterrâneo oriental.
Com o passar dos séculos, terremotos sucessivos danificaram a estrutura. Fontes medievais relatam desabamentos parciais e tentativas de reaproveitar os blocos em outras obras. Em determinado momento, os restos do farol desapareceram gradualmente sob o mar e sob novas construções do litoral alexandrino. Por isso, arqueólogos consideram a região uma área-chave para a compreensão da engenharia e da urbanização na Antiguidade.
Como os arqueólogos investigam o Farol de Alexandria hoje?
As buscas por vestígios do Farol de Alexandria envolvem diferentes métodos de pesquisa. Em primeiro lugar, mergulhadores realizam levantamentos fotográficos detalhados em zonas rasas próximas à orla. Em seguida, equipes de geofísica utilizam sonar e outros equipamentos para mapear o relevo submerso. Essas informações orientam as escavações mais delicadas.
- Mapeamento fotográfico subaquático
- Varredura com sonar e magnetômetros
- Modelagem 3D de blocos e fragmentos
- Comparação com textos e desenhos antigos
- Análise de datação e de origem das pedras
Pesquisadores também analisam documentos de períodos islâmicos e de viajantes europeus. Esses relatos mencionam ruínas ainda visíveis na Idade Média, possivelmente ligadas ao antigo farol. Ao cruzar essas descrições com dados topográficos modernos, os estudiosos delimitam áreas de maior interesse arqueológico. Assim, as sondagens se tornam mais precisas e menos invasivas.
Alguns projetos avaliam a possibilidade de criar uma reconstrução visual do Farol de Alexandria. Para isso, engenheiros e historiadores trabalham com hipóteses baseadas em dimensões médias de faróis helenísticos e em proporções descritas por fontes clássicas. Embora nenhuma reconstrução alcance consenso absoluto, esses modelos ajudam o público a compreender a escala e a função do monumento.
As sete maravilhas do mundo antigo e as sete maravilhas modernas
Assim, o Farol de Alexandria integra uma lista consagrada pela tradição histórica. As chamadas sete maravilhas do mundo antigo, segundo a forma mais difundida, incluem:
- Grande Pirâmide de Gizé
- Jardins Suspensos da Babilônia
- Estátua de Zeus em Olímpia
- Templo de Ártemis em Éfeso
- Mausoléu de Halicarnasso
- Colosso de Rodes
- Farol de Alexandria
No século XXI, organizações internacionais e votações populares consolidaram uma nova seleção, conhecida como sete maravilhas do mundo moderno ou novas maravilhas. Aliás, a lista mais citada apresenta os seguintes monumentos:
- Grande Muralha da China
- Petra, na Jordânia
- Estátua do Cristo Redentor, no Brasil
- Machu Picchu, no Peru
- Chichén Itzá, no México
- Coliseu, na Itália
- Taj Mahal, na Índia
Portanto, essas escolhas reforçam o interesse global por grandes obras arquitetônicas e pela preservação de patrimônios culturais. No caso do Farol de Alexandria, as novas descobertas submarinas ampliam as possibilidades de estudo sobre engenharia antiga, rotas comerciais e história urbana do Mediterrâneo. Dessa maneira, a antiga torre continua presente nas pesquisas e nas narrativas sobre as grandes construções da humanidade.