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Morte de Hugo Chávez

Apoiadores fazem campanha para Maduro no 6º dia de velório de Chávez

Chavistas de todos os cantos do país continuam chegando para se despedir do líder

11 mar 2013 - 20h49
(atualizado às 21h35)
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<p>Mensagens de apoio ao candidato chavista são vistas em toda a fila</p>
Mensagens de apoio ao candidato chavista são vistas em toda a fila
Foto: AFP

Milhares de apoiadores de Hugo Chávez continuam chegando à longa fila em frente à Academia Militar para ver o governante morto. Muitos gritam palavras de ordem a favor do presidente interino, Nicolás Maduro, que ontem afirmou que o corpo do líder venezuelano ficará no Panteão Nacional.

"Chávez, eu juro, meu voto é de Maduro!", repetia hoje um grupo de partidários na fila, que, seis dias depois de começar o velório na Academia Militar de Caracas, se estende por mais de 3,5 quilômetros com venezuelanos chegados de todos os Estados do país.

Os rostos, no entanto, estão mais animados que nos primeiros dias após a morte de Chávez, no último dia 5, quando só havia lágrimas. Agora há postos de vendedores ambulantes, música e uma atmosfera de pré-campanha eleitoral para as eleições de 14 de abril.

Ontem, Maduro afirmou que nas próximas semanas será aprovada uma emenda constitucional para que o corpo de Chávez possa ser levado ao Panteão Nacional, sem esperar as comemorações dos 25 anos da Constituição.

<p>Fila para ver o corpo de Chávez tem mais de 3 quilômetros </p>
Fila para ver o corpo de Chávez tem mais de 3 quilômetros
Foto: EFE

O governo já havia informado dias atrás, que na próxima sexta-feira o caixão com os restos de Chávez seria levado ao Panteão Nacional, onde está o sarcófago de Simón Bolívar. "Chávez no Panteão, junto a Simón", disse Maduro, rimando em espanhol.

Na fila, no entanto, o tema principal era o do confronto político depois que ontem o líder opositor, Henrique Capriles, acusou Maduro de ter mentido sobre a saúde de Chávez e se perguntou em que momento o governante realmente morreu.

"Capriles, queremos te fazer um apelo. Basta de grosserias, já basta de falta de respeito com esse povo, não nos provoque", disse à Agência Efe Ismaris Tellerías, de 32 anos e do estado Carabobo, ao manifestar que estava "indignada" pelas declarações do líder opositor.

Ao longo da fila, vários telões transmitiam hoje o discurso de Maduro após formalizar pela manhã sua candidatura para as eleições de 14 de abril, momento em que pediu aos chavistas para tentarem obter os 10 milhões de votos que Chávez pediu na campanha passada e não obteve.

"Poderemos cumprir, agora sim, a meta dos 10 milhões?", perguntou Maduro à multidão que o acompanhou para inscrever sua candidatura em eleições presidenciais que acontecerão seis meses depois que Chávez ganhou as eleições presidenciais de 7 de outubro com 8,1 dos 15,1 milhões de votos emitidos.

"Temos que seguir e apoiar ao camarada Nicolás Maduro porque ontem à noite vi as declarações desse infame do Capriles", disse Alirio Infante, com o programa do governo de Chávez na mão. Outros seguidores pediram punições para Capriles por ter supostamente "ofendido" o "povo" e os parentes de Chávez com suas palavras.

"Capriles que vá embora. Em 14 de abril (ele) morre politicamente. E, por todas as grosserias que disse ontem à noite, merece a prisão, merece ficar preso, merece prisão perpétua", disse à Efe Yeini Soto da longa fila. Ao lado de Yeini, já há outra filas, mas de vendedores de camisetas, bonés, chaveiros, cartazes, fotos, xícaras e bandeiras, entre outras lembranças com o rosto de Chávez.

Maritza Scott, vendedora de camisetas e cartazes, disse à Efe que foi para o local no mesmo dia em que começou o velório, na quarta-feira passada, e que conseguiu vender "bastante". No entanto, a vendedora confessou que recebeu críticas por parte de muitos chavistas incomodados pelo que consideraram lucro sobre a morte do "comandante". Hoje outros chavistas viviam o luto de outra maneira, ouvindo músicas interpretadas pelo próprio Chávez ou com a trilha sonora da campanha passada enquanto esperavam para ver o líder.

A caminhada fica menos árdua, além disso, com postos de comida e bebida que o governo dispôs, enquanto o espírito chavista é reforçado pelos telões distribuídos por toda a área. Menos de uma semana depois da morte de Chávez, nos telões era possível ouvir hoje Maduro pedindo votos para poder continuar com a "Revolução Bolivariana" do governante morto.

EFE   
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