Caso Epstein: Justiça dos EUA diz que afirmações contra Trump em novos documentos são 'falsas e sensacionalistas'
Afirmações contra Donald Trump contidas nos novos milhares de documentos divulgados nesta terça-feira (23) sobre o caso Epstein são "falsas e sensacionalistas", afirmou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. O órgão é obrigado por lei a publicar esses arquivos, em um processo que vem constrangendo o presidente americano há meses.
"O Departamento de Justiça publicou oficialmente cerca de 30 mil novas páginas de documentos relacionados a Jeffrey Epstein", escreveu o órgão no X. "Alguns desses documentos contêm alegações falsas e sensacionalistas contra o presidente Trump, que foram enviadas ao FBI pouco antes da eleição de 2020. Vamos deixar claro: essas alegações são falsas e sem fundamento".
The Department of Justice has officially released nearly 30,000 more pages of documents related to Jeffrey Epstein.
Some of these documents contain untrue and sensationalist claims made against President Trump that were submitted to the FBI right before the 2020 election. To be…
— U.S. Department of Justice (@TheJusticeDept) December 23, 2025
Pelo menos 8 mil novos documentos da investigação sobre o criminoso sexual Jeffrey Epstein foram divulgados nesta terça-feira pelo Departamento de Justiça dos EUA, acusado pela oposição democrata de reter informações e atrasar a divulgação do dossiê Epstein.
Os arquivos incluem centenas de vídeos e áudios, entre eles imagens de vigilância da cela do nova-iorquino, datadas de agosto de 2019, quando ele foi encontrado morto, segundo análise da AFP. O Departamento de Justiça disponibilizou cerca de 11 mil links com novos documentos, mas alguns não levam a nenhum conteúdo.
O órgão era obrigado por lei a publicar todo o dossiê até a última sexta-feira (19), mas afirma precisar de mais tempo para divulgar o restante, a fim de proteger ao máximo as vítimas, cujas identidades podem aparecer em milhares de fotos, vídeos e textos.
Oposição aponta tentativa de proteger Trump
A oposição democrata vê no atraso uma manobra política para evitar a publicação de informações supostamente comprometedoras para o presidente Donald Trump, que aparece em imagens ao lado de Jeffrey Epstein.
"É claramente uma operação para encobrir", denunciou na segunda-feira (22) o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, ao apresentar um projeto de lei para aumentar a pressão sobre o departamento, que, segundo ele, "violou a lei" ao não publicar tudo na sexta-feira.
"O Departamento de Justiça precisa parar de proteger homens ricos e poderosos que não foram indiciados" nesse caso, criticou também na segunda-feira o deputado democrata autor da lei, Ro Khanna, pedindo a divulgação de peças específicas do dossiê.
Embora tenha dito durante a campanha de 2024 que concordava em tornar os arquivos públicos, Donald Trump depois recuou, chamando o caso de "farsa" usada pelos democratas.
Sua base "MAGA" (sigla para "Make America Great Again"), obcecada pelo escândalo, se revoltou quando o Departamento de Justiça anunciou em meados deste ano que não havia encontrado elementos novos que justificassem a publicação de documentos adicionais ou novas acusações.
Após meses de pressão, o presidente teve de ceder ao Congresso, inclusive a parlamentares republicanos, sancionando em novembro uma lei que obriga seu governo a divulgar todos os documentos não classificados que possui.
Com AFP