Grupo guerrilheiro ELN anuncia trégua na Colômbia para festas de Natal e Ano Novo
O grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN) anunciou neste domingo (21) uma trégua "unilateral" na Colômbia, frente às forças estatais, para as festas de Natal e de Ano Novo, segundo um comunicado divulgado pela organização rebelde.
A medida ocorre poucos dias após um ataque do ELN com drones e explosivos, que deixou sete soldados mortos e 30 feridos em uma base militar no norte do país. A direção nacional do grupo ordenou "a todas as suas estruturas não realizar operações militares ofensivas contra as Forças Armadas do Estado", indica o comunicado.
O cessar-fogo começará na quarta-feira, 24 de dezembro, véspera de Natal, e se estenderá até o dia 3 de janeiro de 2026. "Esclarecemos que não é política do ELN realizar operações militares que afetem a população", afirmou a direção da guerrilha.
A decisão contrasta com o cenário dos últimos dias. Nesta semana, os rebeldes chegaram a decretar o confinamento de civis e ameaçaram as forças da ordem em regiões sob seu domínio.
"Alívio e angústia"
"Recebemos esta mensagem com certo alívio, mas também com angústia", escreveu no X Iris Marín, titular da Defensoria do Povo. Ela acrescentou que as ações do ELN provocam "danos substanciais à população civil".
Recibimos este mensaje con cierto alivio, pero también con angustia.
Si bien es básico que se mencione la obligación de respeto a la población civil, en las acciones del ELN observamos daños sostenidos a la población civil. Un gesto de coherencia sería, por ejemplo, la… https://t.co/LvfxJ4iJX7
— Iris Marín Ortiz (@MarnIris) December 21, 2025
Para a defensora, o cessar-fogo "deveria incluir também as hostilidades com os outros grupos armados" em confronto com o ELN. Os diálogos de paz entre o governo do presidente de esquerda Gustavo Petro e o ELN estão suspensos desde 2024.
Petro tentou negociar com o ELN após sua chegada ao poder em 2022, como parte de uma política batizada de "paz total" para desmobilizar todos os grupos armados do país através do diálogo.
No entanto, a maioria das aproximações congelou sem maiores avanços, enquanto a oposição denuncia um fortalecimento das organizações ilegais na Colômbia.
(Com AFP)