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América Latina

Alvo de críticas, governo Trump nega que tenta abafar caso Epstein após divulgação de arquivos

Funcionários do Departamento de Justiça dos Estados Unidos vieram a público neste domingo (21) para rebater alegações e negar que houve edição nos arquivos relacionados ao caso do criminoso sexual Jeffrey Epstein para proteger o presidente Donald Trump. Após a divulgação parcial dos documentos, o governo Trump vem sendo alvo de críticas crescentes sobre a sua postura em relação às investigações.

21 dez 2025 - 17h27
(atualizado às 17h30)
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As vítimas de Epstein expressaram sua indignação após a divulgação, na sexta-feira (19), de um conjunto de registros de processos contra o falecido criminoso sexual, com muitas páginas censuradas e fotos ocultadas. O vice-procurador-geral, Todd Blanche, defendeu o Departamento de Justiça e a decisão de remover fotos em que aparecem grupos de pessoas, incluindo pelo menos uma que mostrava Trump.

Fotos de Bill Clinton, Mick Jagger, Ghislaine Maxwell e outros, divulgadas pelo Departamento de Justiça dos EUA. Imagens fazem parte da investigação sobre o criminoso sexual Jeffrey Epstein.
Fotos de Bill Clinton, Mick Jagger, Ghislaine Maxwell e outros, divulgadas pelo Departamento de Justiça dos EUA. Imagens fazem parte da investigação sobre o criminoso sexual Jeffrey Epstein.
Foto: © Mandel NGAN / AFP / RFI

"Havia preocupações com essas mulheres e com o fato de termos colocado essa foto. Então, retiramos essa foto. Não tem nada a ver com o presidente", disse Blanche, ex-advogado pessoal de Donald Trump, ao programa "Meet the Press" da NBC.

Questionado se algum material foi censurado devido a sensibilidades políticas — o que seria ilegal — Blanche respondeu: "absolutamente, definitivamente não".

Ainda neste domingo, legisladores democratas acusaram o próprio Trump de desafiar uma lei que ordena a divulgação de todos os arquivos sobre Epstein, que morreu na prisão em agosto de 2019, antes de seu julgamento por tráfico sexual de menores e associação criminosa.

"Trata-se de encobrir coisas que, por qualquer motivo, Donald Trump não quer que sejam divulgadas, seja sobre ele mesmo ou outros membros de sua família e amigos", disse o congressista democrata Jamie Raskin no programa "State of the Union" da CNN.

A parte do conteúdo divulgada na sexta-feira incluiu fotografias do ex-presidente Bill Clinton e outras personalidades, como os astros da música Mick Jagger e Michael Jackson. Dono de uma grande fortuna, Jeffrey Epstein circulava entre pessoas ricas e famosas.

O Departamento de Justiça alegou que estava protegendo as vítimas de Epstein com as partes censuradas. Mas as muitas edições — e alegações de documentos faltando — apenas aumentaram os apelos por justiça em um caso que alimentou teorias da conspiração da base de direita de Trump.

"Ocultação seletiva"

O congressista republicano Thomas Massie, que há muito tempo pressiona pela divulgação completa dos arquivos, juntou-se às exigências dos democratas.

"Estão desrespeitando o espírito e a letra da lei. É muito preocupante a postura que adotaram. E não ficarei satisfeito até que os sobreviventes estejam satisfeitos", disse ele ao programa "Face The Nation", da CBS.

Uma acusação de 60 crimes que envolve pessoas conhecidas não foi divulgada, segundo Massie. "Trata-se de ocultação seletiva", disse ele.

O senador Rand Paul, colega republicano e crítico frequente de Trump, alertou durante uma participação no programa "This Week" da ABC que qualquer material não revelado "vai atormentá-los por meses e meses".

Inicialmente, Trump tentou bloquear a divulgação dos arquivos ligados a Epstein. Entretanto, presidente finalmente cedeu à crescente pressão do Congresso — incluindo membros de seu próprio partido — e assinou a lei que obriga a publicação do material.

Trump já foi amigo íntimo de Epstein, participando regularmente de festas juntos, mas cortou relações com ele anos antes de sua prisão e não enfrenta acusações de irregularidades.

Cúmplice na prisão

Pelo menos um dos arquivos divulgados possuía dezenas de imagens censuradas de pessoas nuas ou seminuas, enquanto fotografias inéditas do ex-príncipe britânico Andrew, filho da rainha Elizabeth II, mostram ele deitado sobre as pernas de cinco mulheres.

Outras imagens trazem Bill Clinton relaxando em uma banheira de hidromassagem, com parte da imagem apagada, e nadando ao lado de uma mulher de cabelos escuros que parece ser a cúmplice de Epstein, Ghislaine Maxwell.

Maxwell, ex-namorada de Epstein, continua sendo a única pessoa condenada em conexão com seus crimes e está cumprindo uma pena de 20 anos por recrutar meninas menores de idade para o ex-banqueiro, cuja morte foi considerada suicídio.

Hakeem Jeffries, líder da minoria democrata na Câmara, disse no programa "This Week" que as autoridades judiciais devem fornecer uma explicação por escrito ao Congresso dentro de 15 dias sobre o motivo pelo qual retiveram quaisquer documentos.

"Parece, é claro, que esta divulgação inicial de documentos é inadequada", disse Jeffries.

(Com AFP)

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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