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África

Mohamed Mursi e a curta vida da presidência islâmica no Egito

3 jul 2013 - 16h12
(atualizado às 16h13)
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<p>Mohamed Mursi, durante a campanha de 2012</p>
Mohamed Mursi, durante a campanha de 2012
Foto: AP

Mohamed Mursi, presidente deposto nesta quarta-feira, surpreendeu em 2012 ao superar sua falta de carisma graças à imensa rede militante da Irmandade Muçulmana, ao lado da qual disputou e venceu as eleições presidenciais, derrotando Ahmad Shafiq, remanescente da era Mubarak.

Mursi era chamado de "estepe" por ter substituído o candidato inicial dos muçulmanos, Jairat al-Shater, excluído por uma antiga condenação estabelecida na época tempo de Mubarak. Pouco impressionado pelo apelido tão pouco lisonjeiro, Mursi se vangloriava por dirigir o Partido da Justiça e a Liberdade (PLJ), vitrine política da Irmandade Muçulmana e o mais poderoso do país, com quase metade dos assentos do novo Parlamento de então. Era uma posição de poder que suscitaba preocupação em seus rivais, que se opunham à ideia de islamitas nos poderes Executivo e Legislativo.

Mursi nasceu em Charqiya, no delta do Nilo. Formado em engenharia pela Universidade do Cairo em 1975, se doutorou, em 1982, pela Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos. Militante de um grupo anti-Israel, o Comitê de Resistência ao Sionismo, dedicou a maior parte de suas atividades à Irmandade Muçulmana. Em 2012 aos 60 anos, se indicara como o "único candidato com programa islamita", defensor de um "projeto de renascimento" baseado nos princípios do Islã. Na campanha, disse que desejava relações "mais equilibradas" com os Estados Unidos e ameaçava revisar o tratado de paz com Israel se os Estados Unidos bloqueassen sua ajuda ao Egito.

Pouco carismático, com olhar tímido nos cartazes e postura defensiva em suas primeiras aparições públicas, Mursi não tinha o perfil de favorito para muitos especialistas. Mas, ao longo da campanha, foi adquirindo segurança e se beneficiou, além disso, da rede de militantes da Irmandade Muçulmana. Nos últimos atos públicos antes de sua eleição no Cairo, milhares de participantes gritavam o nome de Mursi com o hino de um clube de futebol de fundo e utilizando o lema "Queremos Mursi como presidente!".

Mas esse gritou mudou gradativamente ao longo do primeiro ano de governo do primeiro presidente eleito democraticamente na história do Egito. A jovem democracia egípcia seguiu saindo às ruas em protestos enquanto via seu líder tomar decisões polêmicas fortalecendo o próprio poder. Setores cristãos, liberais, laicos e mesmo alguns grupos árabes sentiram-se oprimidos pela conduta do governo, considerada excessivamente islâmica e escassamente democrática.

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