Em meio à crise, Correios propõem redução de jornada com ajuste proporcional de remuneração
Proposta inclui ainda medidas como a suspensão temporária de férias e a convocação para o retorno ao regime de trabalho presencial
Em meio à crise financeira, os Correios divulgaram nesta segunda-feira, 12, um plano estratégico de trabalho que inclui o incentivo à redução de jornada de trabalho e, consequentemente, à redução do salário dos trabalhadores. Cerca de 86 mil profissionais serão atingidos diretamente pelas medidas.
"Neste momento, a contribuição de cada empregada e empregado, por menor que pareça, é valiosa", afirma o documento. "Juntos, temos todas as condições de superar os desafios e construir um futuro mais promissor e vitorioso para nossa equipe."
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Entre as principais medidas anunciadas pelos Correios, além da redução da jornada de trabalho, estão a diminuição de pelo menos 20% dos cargos comissionados; a suspensão temporária de férias, que voltarão a ser usufruídas a partir de janeiro de 2026; a convocação para o retorno ao regime de trabalho presencial a partir de 23 de junho; e o lançamento de novos formatos de planos de saúde.
O objetivo é contornar o prejuízo de R$ 2,6 bilhões obtido em 2024 e melhorar o fluxo de caixa dos Correios. Caso o plano consiga alcançar todos os itens apresentados, a empresa espera economizar R$ 1,5 bilhão em 2025.
Esta é a primeira vez, desde 2016, que os Correios apresentam um prejuízo bilionário em suas operações. À época, a empresa teve prejuízo de R$ 1,5 bilhão (R$ 2,3 bilhões em valores atualizados).
Como justificativa para o resultado negativo, os Correios afirmam que apenas 15% das 10.638 unidades de atendimento terem superávit --quando as receitas são maiores do que as despesas. Por outro lado, a empresa investiu R$ 830 milhões ao longo de 2024, totalizando R$ 1,6 bilhão desde que a nova gestão assumiu.
Nos últimos dois anos, os Correios gastaram R$ 698 milhões na aquisição de novos veículos e outros R$ 600 milhões gastos em manutenção da infraestrutura operacional da empresa. Parte dos veículos adquiridos faz parte de um plano estratégico que estabelece um prazo de 5 anos para transição ecológica de suas atividades.