'Ela falava tão doce': sogra lamenta morte de jovem baleada na Linha Amarela

Familiares de Bárbara Elisa Yabeta Borges, de 28 anos, ainda tentam lidar com a dor após a jovem morrer ao ser atingida por um disparo na cabeça durante um tiroteio na Linha Amarela, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na última sexta-feira (31/10). No Instituto Médico Legal (IML) do Centro, neste sábado (1º/11), a sogra, Andréia Assis, falou ao jornal Extra sobre a nora: "Ela falava tão doce, era uma menina excepcional. Tinha planos de me dar um neto".

Andréia contou que Bárbara havia sido recentemente promovida no banco em que trabalhava e comemorava cada conquista. "Estava superfeliz. Tirou a carteira de motorista, vibrando. Altos planos com meu filho. O meu filho chegou em casa carregado igual a um bebê de colo, ontem. Ele está dopado", disse, emocionada.

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Segundo a sogra, o filho — companheiro de Bárbara — estava em São Paulo a trabalho quando soube do caso pelas notícias. "Eu trabalho, e tenho GPS para monitorar os meus filhos. Monitoro ele, o Breno, que é o meu mais novo, e a Bárbara. Eu fui fazer um negócio lá embaixo no prédio e tinha uma senhora vendo um vídeo desse arrastão. Aí, perguntei para ela: Isso é agora? Porque a gente nunca sabe. Ela disse: 'É agora, nesse exato momento'. Quando subi, ele me ligou, já transtornado: 'Mãe, corre, vê o que está acontecendo com a Bárbara'", relembra.

Ela contou ainda que o filho percebeu algo errado ao acompanhar a localização da companheira. "Ele disse: 'Está dando a localização dela dentro do Hospital de Bonsucesso'. Só que a gente esperava que ela tivesse passado mal, que estivesse ferida (…) Mas a menina já chegou praticamente morta", relatou.

Em seu perfil no Instagram, Bárbara se descrevia com a frase "compartilhando a vida". Um dia antes de morrer, ela havia compartilhado uma reflexão do escritor Edgard Abbehusen sobre o valor das relações humanas: "Você entende isso? É caro perder o que não está na prateleira do supermercado, nem na vitrine de uma loja no shopping. A gente gasta tanto tempo correndo atrás do que tem preço, que esquece de cuidar do que tem valor… O que tem valor, quando vai embora, leva um pedaço da gente junto".

Crime

Bárbara estava em um carro por aplicativo quando ficou presa no fogo cruzado, na altura da Vila do Pinheiro, no Complexo da Maré. O motorista do veículo, atingido na mandíbula, foi levado ao Hospital Federal de Bonsucesso, onde passou por cirurgia e segue internado no CTI. Bárbara chegou em estado grave, mas não resistiu.

A Polícia Civil informou que realizou perícia no local e ouviu testemunhas. Agentes da 21ª DP (Bonsucesso) conduzem as investigações para identificar os responsáveis e esclarecer as circunstâncias do tiroteio.

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