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Escolas de São Paulo vão manter cronograma do novo ensino médio, diz conselho estadual

Documento desta quarta-feira diz que as redes públicas e particulares paulistas não devem seguir suspensão do calendário, como indicou o MEC

5 abr 2023 - 16h06
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O Conselho Estadual de Educação (CEE) de São Paulo divulgou nesta quarta-feira, 5, um documento afirmando que escolas públicas e particulares do Estado devem manter o cronograma do novo ensino médio, a despeito da portaria publicada pelo Ministério da Educação (MEC). O texto diz que manifestações do governo federal "não podem extrapolar as competências constitucionais e legais determinadas pelo ordenamento jurídico brasileiro" que prevê "que os Estados - e não a União - organizem seus respectivos Sistemas de Ensino".

"É uma mensagem para esclarecer e tranquilizar a comunidade, as escolas estão preocupadas, sem saber o que fazer", diz o conselheiro do CEE e ex-secretário de Educação de São Paulo, Hubert Alqueres. Ele é um dos relatores do documento, divulgado nesta quarta-feira, 5, após reunião no conselho.

"Ficam mantidos os prazos e cronogramas de Implementação do Novo Ensino Médio nas redes e instituições que pertencem ao Sistema de Ensino do Estado de São Paulo", diz o texto, que também enumera problemas do ensino médio brasileiro e soluções que viriam com a reforma. Diz o texto que o novo ensino médio "abre a possibilidade de ofertar aos alunos um currículo dinâmico e não enfadonho, sintonizado com seus anseios e projeto de vida".

O CEE afirma ainda que reconhece os "méritos da reforma", mas que isso "não significa ignorar eventuais problemas na sua implementação ou mesmo a necessidade de redesenhá-la em alguns aspectos, no sentido de seu aprimoramento permanente".

O ministro da Educação, Camilo Santana, confirmou nesta terça-feira, 4, a suspensão do cronograma do novo ensino médio, iniciado nas escolas no ano passado. A medida paralisa mudanças que também estavam previstas para serem implementadas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024.

Portaria foi assinada ontem pelo ministro Camilo Santana
Portaria foi assinada ontem pelo ministro Camilo Santana
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Estadão

O texto da portaria, que já foi assinada pelo ministro, diz que "ficam suspensos os prazos de que tratam os artigos 4º, 5º, 6º e 7º da Portaria nº 521, de 13 de julho de 2021, que institui o Cronograma Nacional de Implementação do Novo Ensino Médio, pelo prazo de 60 (sessenta) dias após a conclusão da Consulta Pública para a avaliação e reestruturação da política nacional de Ensino Médio".

Os artigos 5º, 6º e 7º da portaria anterior tratam do Enem e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), prova feita pelo MEC a alunos do 3º ano do médio. Já o artigo 4º, no entanto, fala justamente da "implementação nos estabelecimentos de ensino que ofertam o ensino médio dos novos currículos, alinhados à BNCC e aos itinerários formativos". O texto suspenso fala ainda que em 2023 a implementação deve acontecer nos 1º e 2º anos do ensino médio e em 2024 já precisa estar em todos os anos da etapa.

O documento do conselho de São Paulo discute exatamente a suspensão do artigo 4º, que fala da implementação. Segundo especialistas, com isso, o MEC pode dar margem à dúvidas sobre como a escola deve proceder nesses 60 dias.

O ministro Camilo, no entanto, afirmou na terça-feira que nada muda nas escolas. "O que está suspenso é a portaria de implementação do cronograma de implementação do novo ensino médio especificamente, mais o Enem. Porque o segundo ano letivo já está em curso. Isso vai se manter em 2023?, afirmou.

Estadão
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