Comandante do Exército não confessou ter vendido fuzis furtados a facções criminosas
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Não é verdade que o comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, confessou ter vendido para facções criminosas as armas que desapareceram do Arsenal de Guerra em São Paulo. De acordo com peças de desinformação que circulam nas redes, o general teria admitido o crime após prestar depoimento a pedido do ministro Lourival Carvalho, do STM (Superior Tribunal Militar). Em nota ao Aos Fatos, tanto o Exército como o tribunal desmentiram as alegações.
Posts com o conteúdo enganoso acumulavam 50 mil visualizações no TikTok, 20 mil visualizações no YouTube e centenas de compartilhamentos no Facebook até a tarde desta sexta-feira (20).
O comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, confessou ter vendido armas para o tráfico após ser conduzido por oficiais do Exército a pedido do ministro do STM, Lourival Carvalho, a fim de prestar depoimento sobre a venda de armamento pesado, onde teria confessado envolvimento com o tráfico
Em vídeo que circula nas redes, um homem não identificado mente ao afirmar que o general Tomás Paiva teria confessado que vendeu armas ao tráfico de drogas em depoimento prestado a pedido do ministro do STM Lourival Carvalho. Em nota, tanto o Exército como o STM afirmaram que as alegações são mentirosas.
As peças de desinformação fazem alusão ao furto de 21 armas do Arsenal de Guerra do Exército em Barueri (SP), descoberto neste mês. Ao menos três suspeitos foram identificados até agora, mas os nomes seguem sob sigilo. A Polícia Civil do Rio de Janeiro já recuperou oito dos armamentos furtados, que teriam sido vendidos a facções criminosas.
De acordo com o vídeo enganoso, o caso da suposta venda de armas teria sido desvendado pelo chefe da inteligência do Exército, o general Décio Luís Schons, que teria então sido vítima de uma tentativa de assassinato promovida por militares. Ambas as alegações são falsas.
- General da reserva desde maio de 2021, Schons nunca atuou no setor de inteligência das Forças Armadas;
- Antes de se aposentar, ele foi chefe do departamento de Ciência e Tecnologia da corporação e presidente do conselho de administração da Imbel (Indústria de Material Bélico do Brasil), fabricante estatal de produtos de defesa e segurança;
- Em nota, o Exército também negou que Schons teria atuado nas investigações sobre o furto das armas ou sofrido qualquer tentativa recente de homicídio promovida por militares.
Esta não é a primeira vez que peças de desinformação criam teorias conspiratórias sobre esquemas de corrupção e tentativas de homicídio envolvendo as Forças Armadas. Entre maio e agosto deste ano, Aos Fatos desmentiu quatro publicações enganosas sobre o tema (veja aqui, aqui, aqui e aqui).
Referências:
2. UOL
3. LinkedIn
5. Imbel