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Sóstenes diz que R$ 400 mil apreendidos são de venda de imóvel: o que se sabe sobre operação da PF contra parlamentares do PL

Segundo as investigações, deputados teriam usado cota parlamentar para cobrir 'despesas inexistentes ou irregulares' por meio de empresa de fachada.

19 dez 2025 - 13h31
(atualizado às 16h07)
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Sóstenes Cavalcante é líder do PL na Câmara dos Deputados
Sóstenes Cavalcante é líder do PL na Câmara dos Deputados
Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados / BBC News Brasil

A Polícia Federal (PF) realizou na manhã desta sexta-feira (19/12) mandados de busca e apreensão nas casas dos deputados federais do Partido Liberal (PL): o líder da sigla na Câmara, Sóstenes Cavalcante, e Carlos Jordy, ambos do Rio de Janeiro.

Os mandados foram cumpridos no âmbito da operação Galho Fraco, que apura indícios de desvio de cotas parlamentares para cobrir "despesas inexistentes ou irregulares", de acordo com decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, que autorizou a operação.

Em um flat que é utilizado por Sóstenes, a PF encontrou cerca de R$ 400 mil em espécie. O deputado justificou a presença do dinheiro afirmando que se trata de resultado de uma negociação de imóvel na semana passada. E que não havia depositado o valor ainda por causa da "correria de trabalho".

"O imóvel me foi pago com dinheiro lícito, está lacrado, tem origem, então não tenho nada a temer", afirmou, em entrevista coletiva.

O deputado disse também que a investigação não tem "nexo nenhum nenhum".

"Não basta prender um inocente. Eles querem limpar e extirpar a força que a direita e os conservadores temos, tentando nos manchar com a lama deles, que é a da corrupção. [...] Se acharam que a gente ia retroceder, bateram na porta errada. Vamos continuar firmes", afirmou o líder do PL.

Segundo as investigações, os parlamentares "teriam desviado recursos da cota parlamentar por intermédio dos servidores comissionados" por meio de funcionários comissionados dos gabinetes de Sóstenes e Jordy e uma empresa supostamente de fachada, de aluguel de carro.

As investigações ainda apontam cinco assessores parlamentares Adailton Oliveira Santos, assessor do PL, Florenice de Souza Santana, Itamar de Souza Santana, assessor de Jordy, Rosileide de Souza Santana Rocha, Andrea de Figueiredo Desidrati.

Juntos, eles teriam movimentado, entre 2023 e 2024, ao menos R$ 27 milhões "sem identificação da origem dos recursos".

Segundo as investigações, os saques e depósitos eram feitos de maneira fracionada, em pequenos valores, para despistar a fiscalização, técnica conhecida como smurfing. Assim, as transações eram sempre realizadas no valor de R$ 9.999,00.

Jordy publicou um vídeo em suas redes sociais, chamando a busca e apreensão de "covarde".

"É uma pesca probatória. Eu não vou me deixar abalar com isso. Estão fazendo essa mesma busca e apreensão na casa dos meus pais, dois senhores de idade. Mas nós não vamos nos acovardar", afirmou.

Segundo ele, a alegação de que a empresa de aluguel de carros seria de faxada porque tem somente cinco carros em sua frota é "tosca". Jordy classificou a operação como "ditadura do judiciário" e "perseguição", afirmando que irão "vencer essa batalha no ano que vem".

Sóstenes afirmou que quem lida com a questão dos carros alugados é o pessoal do seu gabinete, mas confirmou que fazia uso de veículos da locadora investigada.

Segundo as investigações, a empresa de locação de veículos Alfa Car, embora já não funcionando mais em seu domicílio, "o que permite concluir a dissolução irregular da empresa", continuou recebendo pagamentos realizados por ambos os deputados. Esses pagamentos eram então reembolsados como despesas pagas com cotas parlamentares.

"Não bastassem tais indícios que reforçam a hipótese de HARUE (ALFA CAR) ser empresa de fachada, há necessidade de rememorar que o RIF [Relatório de Inteligência Financeira] que deu início à investigação evidenciou transações suspeitas entre ITAMAR, secretário parlamentar do Deputado CARLOS JORDY e a HARUE (R$ 56.184,42 a crédito, e R$ 23.130,00 a débito), demonstrando um possível caminho do dinheiro saindo das cotas parlamentares para empresa e indo para os secretários parlamentares dos Deputados Federais", diz trecho da decisão de Flávio Dino.

'Movimentações suspeitas'

Segundo as investigações, Jordy teria usado cotas parlamentares para cobrir 'despesas inexistentes ou irregulares'
Segundo as investigações, Jordy teria usado cotas parlamentares para cobrir 'despesas inexistentes ou irregulares'
Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados / BBC News Brasil

"Chama de igual forma atenção o fato de que o Deputado CARLOS JORDY tenha efetuado movimentações suspeitas no montante de R$ 75.343.67 em 63 operações a seu Secretário Parlamentar ITAMAR, o que evidencia o intrínseco e direto relacionamento econômico entre o Parlamentar e seu assessor."

A investigação também aponta para conversas por WhatsApp em que os envolvidos falam sobre pagamentos "por fora".

Além da busca e apreensão nas residências de Jordy, Sóstenes, e dos demais envolvidos, Dino determinou o levantamento do sigilo bancário de ambos os deputados, além de outros investigados.

"Tendo em vista elevados montantes movimentados pelos assessores parlamentares, é possível que haja outros vínculos ainda não identificados", diz Dino em sua decisão.

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