Levantamento encontra 15 mil postagens antissemitas no 'X' em menos de um ano
Só 24% das postagens coletadas foram removidas pelo X, que está suspenso no Brasil por decisão do STF
Levantamento da pesquisadora Michele Prado, consultora de radicalização extremismo e terrorismo online e fundadora da Stop Hate Brasil, encontrou 15.284 postagens e comentários antissemitas na rede social X entre outubro de 2023 e julho deste ano. De todas elas, 33% faziam apologia ao terrorismo; 16% a Adolf Hitler e ao nazismo; e 8% traziam incitação à violência contra judeus.
A pesquisa usou palavras-chave abertamente antissemitas e outras que são usadas por extremistas para substituir os termos originais (chamadas de "proxys"). De acordo com o estudo, só 24% das postagens antissemitas foram removidas pelo X, que está suspenso no Brasil por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Diante desse cenário preocupante, é fundamental que governo e Instituições, a sociedade e as plataformas de mídias sociais ajam de forma rápida e eficaz para combater o antissemitismo/racismo e todas as formas de extremismo violento on-line (...). O antissemitismo está presente no núcleo teórico da maioria das correntes e ideologias extremistas - não-violentas e violentas - e é uma das principais portas de entrada para a radicalização online ao extremismo violento", diz um trecho do levantamento.
Para o advogado Fernando Lottenberg, que é Comissário de Monitoramento e Combate ao Antissemitismo da Organização dos Estados Americanos (OEA), o relatório é uma ferramenta fundamental para a compreensão e combate do ódio aos judeus. "Especificamente no que diz respeito ao antissemitismo, desde 07 de outubro, quando o Hamas atacou o sul de Israel, matando mais de 1200 pessoas, sequestrou mais de 200 e cometeu inúmeras violações e estupros, temos visto um verdadeiro tsunami de preconceitos e ódio", diz Lottenberg.