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Polícia

SP: camiseta anula júri de PMs acusados de decapitar vítimas

19 out 2011 - 09h19
(atualizado às 09h21)
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Por causa de uma camiseta exibida em plenário, a Justiça anulou o júri que condenou a 18 anos e 8 meses de prisão, em 30 de julho de 2010, quatro policiais militares suspeitos de integrar o grupo conhecido como "Highlanders". Eles haviam sido condenados por matar, em outubro de 2008, Antonio Carlos da Silva, o Carlinhos, 31 anos, que tinha deficiência mental. Um novo julgamento será marcado. Durante o júri, o juiz Antonio Augusto Galvão de França Hristov, do Fórum de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, pediu às pessoas presentes que retirassem a camiseta de apoio a Carlinhos, onde se lia "deficiente mental é assassinado por PMs da Força Tática". Todos tiraram mas, na réplica, o promotor Vitor Petri exibiu a camiseta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ato do promotor virou motivo para o recurso do advogado Celso Vendramini, que defende os PMs Moisés Alves dos Santos, Joaquim Aleixo Neto, Anderson dos Santos Salles e Rodolfo da Silva Vieira. "Ele (Petri) sentiu que poderiam ser absolvidos e apelou, mostrou a camiseta e disse que o juiz estava cerceando a liberdade de expressão. Isso influenciou os jurados." A 10ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo acatou o pedido. No acórdão, publicado na quarta-feira, o relator Fábio Gouvêa diz que o promotor desobedeceu a ordem do juiz. O caso segue em seg redo de Justiça e os PMs continuam detidos. Os familiares de Carlinhos foram informados ontem à tarde pelo jornal sobre a decisão judicial e ficaram revoltados. "Se fosse uma camiseta da maneira como eles deixaram meu filho, sem cabeça, sem as mãos e retalhado, tudo bem. Mas era simplesmente a foto do meu filho, aquele que tiraram de mim", afirma a doméstica Maria da Conceição da Silva, 51 anos. Os "Highlanders", grupo de nove PMs que teria matado pelo menos 12 pessoas, receberam esse nome porque cortavam a cabeça das vítimas, em alusão a um filme da década de 1980. Um já foi condenado e outros quatro são suspeitos.

Fonte: Terra
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