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Polícia

SP: após apreensão de adolescente, secretário pede revisão da lei penal

O jovem, de 17 anos, confessou que ateou fogo à dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza depois de constatar que ela tinha apenas R$ 30 na conta bancária

27 abr 2013 - 17h52
(atualizado às 18h53)
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<p>Um adolescente de 17 anos e dois homens foram presos suspeitos de assassinar uma dentista</p>
Um adolescente de 17 anos e dois homens foram presos suspeitos de assassinar uma dentista
Foto: Tércio Teixeira / Futura Press

A morte da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, 47 anos, que foi queimada por quatro criminosos em seu consultório na última quinta-feira, reacendeu o debate sobre a redução da maioridade penal no País. Neste sábado, a polícia informou que um adolescente de 17 anos confessou que ateou fogo à mulher depois de constatar que ela tinha apenas R$ 30 na conta bancária.

O Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, afirmou que este é o momento de reflexão sobre a legislação penal. "É uma realidade que vivemos, esses crimes violentos. Existe necessidade de a sociedade debater e exigir mudanças na legislação penal. Temos uma legislação falha, bastante precária, e não podemos continuar vivendo situações como essa, de cidadãos que saem para trabalhar e acabam morrendo", disse.

Vieira defendeu mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "Recentemente, o governador Geraldo Alckmin teve a iniciativa de propor alteração no estatuto para aumentar o período de internação. Nós temos mais um caso de violência inegável, cruel, que tem a participação de um adolescente", afirmou.

Além do adolescente, outras três pessoas participaram do crime – Jhonatas Cassiano Araújo, 21 anos, e Vitor Miguel de Souza, 25 anos, foram presos, enquanto Tiago de Jesus Pereira continua foragido. Segundo a polícia, Jhonatas, que aparece em imagens de câmeras de segurança sacando dinheiro da conta da dentista, saiu para fazer a operação bancária enquanto a mulher ficou amarrada na presença do adolescente, que completa 18 anos em junho, e de Vitor. Em depoimento à polícia, os dois confessaram que jogaram álcool na dentista e ficaram brincando com o isqueiro para que ela ficasse com medo e contasse onde guardava o resto de seu dinheiro. Quando Jhonatas ligou e afirmou que ela possuía apenas R$ 30 na conta, o adolescente, nervoso, ateou fogo na mulher.

"Ele conta isso como se estivesse contando um capítulo de novela. É mais um motivo para uma reflexão que devemos fazer. Até onde esses adolescentes com 17 anos, que têm direito a voto, podem ceifar a vida de uma moça trabalhadora, que lutou para se formar e que era o esteio da família? Ate onde isso é legítimo?", indagou Elizabete Sato, diretora do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Morte de estudante promove manifestações

No dia 9 de abril, a morte do estudante de Rádio e TV Victor Hugo Deppman, 19 anos, por um adolescente de 17 promoveu debates e manifestações a favor da redução da maioridade penal. Victor foi assassinado com um tiro na cabeça após ser abordado na porta do prédio onde morava, no bairro Belém, na zona leste de São Paulo. O suspeito completou 18 anos três dias depois do crime.

Fonte: Terra
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