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Polícia

Para se defender de assaltos, joalherias usam réplicas em vitrines

17 fev 2013 - 14h09
(atualizado às 14h09)
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Para se defender da onda de roubos a joalherias desencadeadas em vários pontos do País, os lojistas tiveram de mudar o jeito de vender seus produtos. Além das câmeras de vigilância e seguranças armados, algumas empresas estão expondo nas vitrines e mantendo nos estoques apenas réplicas de joias para diminuir os prejuízos, que em alguns casos recentes chegam a beirar R$ 1 milhão.

Joalheria de shopping, na avenida Paulista, em São Paulo, foi alvo de uma tentativa de assalto em 2012. 
Joalheria de shopping, na avenida Paulista, em São Paulo, foi alvo de uma tentativa de assalto em 2012.
Foto: Flavia Durante / vc repórter

Esse é o caso de uma loja da cidade de Sete Lagoas, em Minas Gerais, que após frequentes e violentos assaltos, resolveu apostar nas cópias. "A gente não tem mais nada de valor aqui na loja, mas ainda acontecem assaltos, teve um há cerca de um mês. Mas agora, o pedido é feito por encomenda ou pela internet", disse uma funcionária, que preferiu não se identificar.

Além disso, os criminosos têm dedicado muito mais tempo ao planejamento dos roubos, inspirando-se na forma como atuam assaltantes de banco, com o sequestro de funcionários. Esse foi o caso de um assalto a uma joalheria localizada dentro do shopping Praia de Belas, em  Porto Alegre, em janeiro. A gerente da loja foi feita refém, em casa, com o namorado na noite anterior.

A mídia é considerada a maior fonte de informações para criminosos, e os lojistas, obviamente, fogem de qualquer conversa que envolva a palavra segurança. No entanto, empresários paulistas afirmam que não existe sistema que possa impedir esse tipo de roubo. "Não há nada que se possa fazer para coibir esse tipo de ação, acontece em restaurante, na rua, é um problema de segurança pública. Eles (os bandidos) fazem o que querem", diz um empresário paulistano que teve a loja assaltada no ano passado.

O aumento dos casos em Minas Gerais e a pressão do setor joalheiro fizeram com que a polícia adotasse uma postura mais incisiva contra quadrilhas especializadas nesse tipo de crime, por conta de vários assaltos em Belo Horizonte, Ouro Preto e cidades do interior. A cúpula da polícia mineira repassou para a delegacia antidrogas a responsabilidade de coibir esse tipo de crime e no final de 2012 foi presa uma quadrilha apontada como responsável por 90% dos roubos a joalherias na capital e região metropolitana. No entanto, os joalheiros já planejam novas ações buscando segurança.

Em São Paulo, o surto de roubos ocorreu em 2010, quando assaltantes passaram a visar joalherias localizadas dentro de shoppings em busca de relógios da marca Rolex, cujo valor facilmente passa da casa dos R$ 10 mil. Na época, o titular da 2ª delegacia de Repressão ao Roubo de Joias, José Antonio do Nascimento, chegou a dizer que tinha virado "o crime da moda".

Os assaltos a este tipo de estabelecimentos são atrativos para os bandidos pela facilidade de revenda, mas o retorno financeiro é baixo, uma vez que o item roubado é revendido por um preço muito menor do que o valor de mercado.

O uso de réplicas nas vitrines e a adoção de outras medidas de segurança fez com que os bandidos tivessem muito trabalho para pouco resultado. No caso do assalto recente de Porto Alegre, o delegado Juliano Ferreira, responsável pela Delegacia de Roubos, chegou a dizer que os bandidos "usaram um canhão para matar passarinho", se referindo ao tamanho do planejamento dos criminosos, para levar um montante não muito significante.

 
Fonte: Terra
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