Operação contra expansão do Comando Vermelho na Região Serrana do RJ prende 12 pessoas
Entre alvos estão policial que ajudava traficantes e assessor da Prefeitura de Petrópolis, que foi exonerado
Uma operação policial contra o Comando Vermelho na Região Serrana do RJ prendeu 12 pessoas, incluindo um policial e um assessor da Prefeitura de Petrópolis, destacando a infiltração em estruturas públicas e bloqueando R$ 700 mil em bens.
Uma operação contra o tráfico de drogas e a expansão do Comando Vermelho na Região Serrana do Rio de Janeiro é realizada na manhã desta quinta-feira, 12, pela Polícia Civil com apoio do Ministério Público (MP-RJ). Até a publicação desta reportagem, 12 pessoas haviam sido presas na ação, batizada de Operação Asfixia.
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Entre os alvos presos estão um policial militar que recebia pagamentos para repassar informações sigilosas à facção e um assessor especial da Prefeitura de Petrópolis, informou a Polícia Civil ao Terra.
No total, 18 mandados de prisão foram autorizados pela Justiça contra narcotraficantes ligados à facção criminosa Comando Vermelho que atuam, principalmente, em Petrópolis (RJ).
As investigações são realizadas por policiais civis da 106ª DP (Itaipava) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), com apoio do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público. Foram identificados 55 envolvidos no esquema, que tem como líder um homem que se esconderia no Parque União, no Complexo da Maré.
De acordo com a polícia, ele e seus comparsas eram responsáveis por coordenar a logística de transporte dos entorpecentes. O material ilícito era transportado da capital para a Região Serrana e redistribuído em diferentes áreas de Itaipava. Cada uma das regiões estaria sob a responsabilidade de gerentes locais. Ainda segundo a polícia, o grupo também exercia o controle territorial e aplicava regras violentas à comunidade, impondo medo e repressão a quem se opunha à facção.
Na apuração da Polícia Civil, foi constatada a atuação de um policial militar que recebia pagamentos para repassar informações sigilosas à facção. Ele também facilitava a logística do tráfico e expunha a atuação de outros policiais aos criminosos. A captura dele contou com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar.
Outro alvo preso exerce cargo de assessor especial da Prefeitura de Petrópolis. "Isso demonstra a infiltração da facção em estruturas institucionais e a utilização de funções públicas para assegurar a manutenção e expansão de suas atividades ilícitas", disse a polícia.
Ao Terra, a Prefeitura de Petrópolis afirmou ter tomado conhecimento da prisão de um assessor da Secretaria de Serviços, identificado como Robson Esteves, durante a operação, e que não sabia de qualquer atividade ilícita praticada por ele. A reportagem tenta localizar sua defesa.
A Administração determinou a imediata exoneração do assessor e se colocou à disposição das autoridades para colaborar com todas as informações necessárias ao processo. A defesa de Esteves não foi localizada para comentar a prisão. O espaço segue aberto para manifestação.
Além dos mandados de prisão cumpridos nesta quinta, cerca de R$ 700 mil em bens da organização criminosa foram bloqueados.
Durante a manhã, duas escolas estaduais precisaram ser fechadas na região por conta da operação, de acordo com a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro..
Operação Asfixia
Esta é a segunda fase da Operação Asfixia. Na primeira, realizada na manhã desta segunda-feira, 29, a ação conjunta das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro e do MP-RJ prendeu outras 12 pessoas e cumpriu mandados de busca e apreensão nas comunidades de Gardênia Azul e da Cidade de Deus.