Circulação de trens no RJ é normalizada após mais de 13 horas de interrupção
Após o descarrilamento de um trem, às 5h15 desta quarta-feira, no Rio de Janeiro, o sistema ferroviário foi totalmente normalizado às 18h15, mais de 13 horas após o acidente. A liberação dos ramais Saracuruna e Belford Roxo, prevista para as 16h, foi cumprida, de acordo com a empresa. Os trens partiam da Central do Brasil com intervalos de 15 minutos nesses trechos. Os ramais Santa Cruz, Japeri e Deodoro foram normalizados às 18h15, e as composições circulavam com o mesmo intervalo.
Veja a evolução das obras do Metrô/SuperVia
Estudante demora cinco horas para chegar à faculdade
O acidente danificou a estrutura que sustenta os cabos da rede aérea e interrompeu o fornecimento de energia no trecho entre as estações Mangueira e Central do Brasil. Por conta do incidente, a estudante de Psicologia Camila Medeiros, que viajava nesta manhã de Japeri para a estação São Cristóvão para fazer sua matrícula na faculdade onde fará sua graduação, demorou cinco vezes mais do que havia previsto para chegar a seu destino.
De acordo com a estudante, que estava acompanhada de mais dois colegas, a viagem antes prevista para durar uma hora foi feita em cinco. "Foi um caos. As estações estavam todas lotadas, ninguém dava informação, ninguém conseguia entender o que os alto-falantes da Supervia diziam", criticou Camila, que fez o trajeto de ônibus.
A estudante, que entrou no trem por volta das 7h, pretendia chegar à faculdade por volta das 8h30, mas só conseguiu fazer sua matrícula após as 14h. Na expectativa de que o sistema ferroviário tivesse sido nornalizado nesta tarde, ela voltou à estação São Cristóvão, de onde pretendia viajar até Japeri. Por volta das 16h20, sem expectativa da volta da circulação dos trens, ela não sabia como voltar para sua casa.
"Como vou fazer? Vou ter que pegar outros três ônibus para casa?", reclamou. " E se nós não tivéssemos dinheiro, como ficaria?"
Na estações, os passageiros eram avisados sobre as condições de circulação por meio do sistema de áudio dos trens e das estações. Segundo o presidente da Supervia, Carlos José Cunha, o sistema todo voltaria a funcionar, em caráter provisório, às 18h, e amanhã deve estar normalizado. "Tivemos um acidente que teve uma repercussão muito grande, os reparos precisaram ser feitos em partes", disse.
A prefeitura do Rio de Janeiro montou uma operação especial, e disponibilizou ônibus de linha comuns para levar os passageiros da estação central até a São Francisco Xavier, na Tijuca, zona norte da capital fluminense, de onde é possível tomar o trem para os outros ramais.
De acordo com o secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, possíveis multas e suspensões são de responsabilidade da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp).
"A agência (Agetransp) já se pronunciou a respeito e obviamente vai multar a concessionária em razão dessa ocorrência e tomar as providência para o restabelecimento. O governo do Estado está trabalhando para que haja devolução (do valor do bilhete) aos passageiros e um melhor atendimento, mas, com uma ocorrência deste tamanho, não temos como dar uma solução imediata."
O presidente da Supervia minimizou a multa que a empresa deve receber da Agestranp. “É prematuro multar. Mantemos a manutenção dos trens em dia."
A Agetransp informou, por meio de nota, que a multa à Concessionária SuperVia diz respeito a falhas detectadas no plano de contingência, na comunicação e no atendimento aos usuários do sistema de trens urbanos. Peritos da agência foram à oficina da Supervia para periciar o trem que descarrilou. De acordo com a agência, as causas do acidente ainda estão sendo investigadas.
Não houve feridos e a concessionária informou que já distribuiu vale-viagem, declaração de atraso e devolução de dinheiro aos passageiros.
Com informações da Agência Brasil
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