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Rapper Drik Barbosa resiste poderosa porque “nossa essência não pode ser tirada”

Paulistana fala de vivências de mulheres negras, inspiração, afeto e enfrentamentos rumo às conquistas coletivas

25 jul 2025 - 11h48
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Resumo
25 de julho é o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. No Brasil, é o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Para a rapper Drik Barbosa, as datas estimulam resistência, memória e projeções de futuro.
Rapper Adriana Barbosa de Souza, a Drik Barbosa, pauta ancestralidade e mulher negra, brasileira, da América Latina e do mundo.
Rapper Adriana Barbosa de Souza, a Drik Barbosa, pauta ancestralidade e mulher negra, brasileira, da América Latina e do mundo.
Foto: Vitor Cipriano

Se o protagonismo das mulheres negras na arte e na música ainda é uma busca, uma das vozes que reforçam o coro de protesto é a de Drik Barbosa, 33 anos, paulistana de Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, da nova geração do rap nacional.

Em suas músicas ela aborda amor, cura, dor, resistência, rimando a vivência de uma mulher negra periférica. Suas narrativas poéticas enxergam e discutem os desafios que historicamente discriminam corpos negros.

Em entrevista exclusiva ao Visão do Corre, Drik Barbosa compartilha a sua visão sobre a arte como ferramenta de empoderamento da mulher negra, fala sobre a importância da sororidade e os desafios do mercado da música.

Quais mulheres negras te inspiram e merecem ser lembradas neste 25 de julho, Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha?

É muito difícil responder, porque para mim são todas. Se eu tivesse que citar um nome da música, seria Elza Soares, que é de uma magnitude imensa, que nos ensina muito mesmo após sua passagem, sobre respeitar nossos sonhos, admirar nossos passos, estar presente nas nossas relações.

“Quando enxerguei os desafios impostos a nós, mulheres, muita coisa mudou na minha vida”, diz Drik Barbosa.
“Quando enxerguei os desafios impostos a nós, mulheres, muita coisa mudou na minha vida”, diz Drik Barbosa.
Foto: Vitor Cipriano

Quando você percebeu sua potência de mulher negra na música?

Quando outras mulheres negras vieram até mim e disseram “o que você tá fazendo é muito importante”. Foi quando entendi que minha arte não era só uma ferramenta de expressão pessoal, mas também impulso para outras mulheres escreverem, cantarem, se colocarem no mundo.

Como sua música dialoga com as mulheres negras do Brasil e da América Latina?

Quando canto sobre minha vida, estou retratando um caminho muito parecido com o da minha mãe, das minhas avós, da vizinha, da moça do mercado, da mulher que está no corre. O rap e o hip hop me acolheram e me deram um espaço onde posso falar diretamente, e sinto que as mulheres se conectam com o que falo.

A arte é uma ferramenta de libertação para mulheres negras?

A arte me libertou desde muito nova. Comecei no rap aos quinze anos e encontrei na música um espaço onde eu podia ser eu mesma, apesar das violências e dos desafios. Isso se manifesta diretamente na minha obra. Falo sobre isso nas músicas, porque o hip hop realmente salva, mostra outras possibilidades que o racismo e a desigualdade tentam esconder da gente.

Um momento crucial da carreira de Drik Barbosa foi o lançamento da música Mandume, cujos versos mulheres tatuaram.
Um momento crucial da carreira de Drik Barbosa foi o lançamento da música Mandume, cujos versos mulheres tatuaram.
Foto: Divulgação

Muitas das suas letras falam de amor, dor, cura e resistência. Como você equilibra esses sentimentos na sua vida?

Minhas letras falam dessas emoções todas porque canto sobre a vida. Para além da dor e da luta, também amo, danço, quero ser feliz. Falo das minhas relações, dos meus limites, das escolhas que faço.

Como você enxerga a presença das mulheres negras no mercado artístico?

Ainda há pouca representatividade diante da quantidade de mulheres negras empoderadas que existem, fazendo arte há anos e sem o devido reconhecimento. É como se o mercado só permitisse um número limitado de artistas negras. Isso precisa mudar, não só no rap.

Qual mensagem você deixaria às mulheres negras neste 25 de julho?

A principal mensagem que deixo é: nós não estamos sozinhas. A sociedade tenta dizer isso o tempo todo, mas temos referências, temos umas às outras. Votar bem, se informar, criar estratégias de existência. Nossa essência não pode ser tirada de nós.

Fonte: Visão do Corre
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