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Por que descansar o pé na embreagem pode ser prejudicial para seu carro

Conheça três erros muito comuns que milhares de motoristas cometem todos os dias ao usar a embreagem do carro manual e o que isso provoca

7 jul 2025 - 07h04
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Pedal da embreagem: é importante saber usar
Pedal da embreagem: é importante saber usar
Foto: Divulgação / Guia do Carro

Você costuma "descansar" o pé no pedal da embreagem enquanto dirige? Isso é bom para ganhar tempo nas trocas de marcha? Não. E sair patinando, é uma boa ideia? Parado na subida é correto segurar o carro no pedal da embreagem, mostrando perícia ao volante? Conversamos com Breno Henrique, engenheiro mecânico e técnico em mecânica, sobre três erros técnicos comuns no uso da embreagem de um carro com câmbio manual.

A embreagem é um dos sistemas mais críticos da transmissão manual, atuando como interface entre o motor e a caixa de marchas. Projetada para absorver torque, permitir o acoplamento progressivo e garantir trocas suaves, ela pode apresentar desgaste prematuro quando submetida a hábitos de condução incorretos, muitos deles cometidos diariamente, até mesmo por motoristas experientes. 

Apoiar o pé no pedal de embreagem: pré-acionamento constante do sistema

Esse comportamento provoca um problema conhecido como pré-carga indevida do platô. Ao manter o pé levemente apoiado no pedal, mesmo sem intenção de acionar o sistema, o motorista força um leve afastamento do disco em relação ao platô, o suficiente para gerar atrito contínuo.

Consequência técnica: esse atrito residual leva ao polimento prematuro da pista de contato, redução da espessura do revestimento do disco e possível superaquecimento localizado, além de fadiga no rolamento e no mecanismo de acionamento (em veículos com sistema hidráulico, pode gerar micro vazamentos no cilindro escravo).

Usar a embreagem como freio em rampas: sobrecarga térmica por fricção prolongada

Muitos motoristas utilizam a embreagem como freio de retenção em subidas, técnica conhecida como “segurar na embreagem”. Nessa condição, o disco permanece parcialmente acoplado ao platô, gerando deslizamento contínuo.

Impacto técnico: o sistema trabalha fora do ponto de acoplamento ideal, elevando a temperatura de operação acima do previsto. Isso provoca calor por fricção, cristalização do material de atrito, gás entre as superfícies, e até deformação térmica do platô. A longo prazo, isso compromete a eficiência da embreagem e pode provocar trepidações ou patinação crônica.

Em veículos com câmbio automatizado (como o Dualogic, i-Motion ou PowerShift), esse tipo de uso é ainda mais crítico, pois sobrecarrega o módulo TCU que tenta compensar as perdas por controle eletrônico, acelerando o desgaste do sistema.

Soltar a embreagem bruscamente ou “patinar” na saída

Durante arrancadas, o correto seria liberar o pedal da embreagem de forma progressiva, respeitando o ponto de atrito e ajustando a aceleração conforme a carga. No entanto, muitos motoristas exageram tanto na patinação (excesso de rotação com pedal parcialmente pressionado) quanto na liberação brusca (chicoteamento do sistema).

Danos diretos:

- Na patinação: ocorre abrasão severa do disco, contaminação do platô por resíduos de atrito e, em casos extremos, trincas térmicas nos componentes metálicos.

- Na liberação abrupta: há picos de torque transmitidos ao sistema de transmissão, que afetam coxins, semi-árvores, diferencial e até mesmo causam trincas em suportes do câmbio.

Em veículos de maior torque ou com reboque, esse erro é ainda mais prejudicial, pois o sistema é forçado além do limite de projeto, encurtando drasticamente a vida útil da embreagem.

O desgaste prematuro da embreagem raramente está ligado à qualidade da peça em si, pois na maioria dos casos, a origem do problema está no comportamento do condutor e na forma como o veículo é operado.

Para profissionais do setor automotivo, o engenheiro diz que é fundamental instruir o cliente corretamente e, sempre que possível, incluir testes dinâmicos no diagnóstico, avaliando não apenas o curso do pedal, mas também o ponto de acoplamento e o tempo de resposta do sistema.

Em revisões preventivas ou na troca do conjunto de embreagem, sempre inspecione o volante do motor, verifique a folga axial do virabrequim, e avalie a condição do sistema de acionamento (hidráulico ou mecânico), bem como, se existe algum ponto de vazamento de óleo no câmbio manual, que pode gerar a contaminação dos componentes do sistema e, consequentemente, gerar falhas e a diminuição do tempo de vida útil dos mesmos.

Guia do Carro
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