Fiat Fastback estaria canibalizando o Fiat Pulse? É o que parece
Veja como a chegada do Fiat Fastback ao mercado acabou fazendo uma vítima dentro de casa, o Fiat Pulse, que segue em queda
Em julho de 2022, apenas sete meses atrás, o Fiat Pulse conquistava o 8º lugar no ranking de vendas nacional, uma posição importante num mercado tão competitivo. Em fevereiro deste ano a posição do Pulse é bem mais discreta: 20º lugar. Já faz algum tempo que o Fiat Pulse caiu no ranking e o culpado pode ser seu próprio irmão, o Fiat Fastback.
Estaria o Fiat Fastback canibalizando o Fiat Pulse? É o que parece. Não temos elementos para afirmar com certeza este fenômeno, mas os números indicam que sim. Afinal, a queda de posições do Pulse no ranking coincide com a chegada do Fastback.
Os dois carros são praticamente idênticos, porém o Fastback tem o apelo do visual mais provocante e do porta-malas gigante: são 516 litros contra 370, uma diferença de 146 litros.
Em outubro, quando o Fiat Fastback obteve sua primeira venda expressiva (2.843 unidades), o Fiat Pulse ocupava o 11º lugar no ranking geral de vendas com 4.311 emplacamentos. Depois disso, o Pulse nunca obteve nada melhor do que um 16º ou 17º posto. Em fevereiro, caiu de 16º para o 20º lugar.
É difícil comparar os volumes atuais porque janeiro e fevereiro costumam ter vendas menores em todos os segmentos. O melhor mês do Pulse foi julho, quando obteve 5.300 emplacamentos e chegou ao 8º lugar, Mas, vejamos a evolução de vendas do Pulse e do Fastback nos últimos meses.
Outubro
Fiat Pulse - 4.311
Fiat Fastback - 2.843
Pulse+Fastback - 7.154
Novembro
Fiat Pulse - 3.685
Fiat Fastback - 3.190
Pulse+Fastback - 6.875
Dezembro
Fiat Pulse - 4.019
Fiat Fastback - 3.411
Pulse+Fastback - 7.430
Janeiro
Fiat Pulse - 3.015
Fiat Fastback - 2.707
Pulse+Fastback - 5.722
Fevereiro
Fiat Pulse - 2.761
Fiat Fastback - 2.393
Pulse+Fastback - 5.154
Em outubro, o volume de vendas do Fiat Fastback foi equivalente a 66% das vendas do Fiat Pulse. Em novembro subiu para 87% e em dezembro oscilou para 85%. Em janeiro deste ano, o Fastback conseguiu 90% do volume do Pulse. Em fevereiro, voltou para 87%.
Tudo indica que existe, sim, uma canibalização, ou seja, um novo carro está devorando seu próprio semelhante dentro do mercado. Mas é possível que isso seja feito não por desejo dos consumidores e sim por indução da própria Fiat, por razões estratégicas.
Não seria surpresa, pois, dentro da Stellantis, isso já aconteceu quando o próprio Fiat Pulse canibalizou o Jeep Renegade, no início de 2022. O Renegade chegou a ser o SUV mais vendido do Brasil durante alguns anos, mas hoje é apenas o 7º mais vendido. O Fiat Pulse, que chegou a ser o 5º, está em 9º e o Fiat Fastback subiu para o 10º lugar.
Solicitamos uma avaliação da situação à Fiat, que ainda não respondeu. Quando responder, atualizaremos esta reportagem.