Em 89, Seleção conquistou América e salvou Lazaroni
Na vitória sobre o Uruguai com mais de 130 mil pagantes no Velho Maraca, o Brasil voltou a vencer a Copa América depois de 40 anos
Era um domingão, não tinha um sol tão forte, porque afinal era inverno. Mas para os três paulistanos que estavam visitando a Cidade Maravilhosa pela primeira vez, a praia era sempre convidativa com a temperatura em torno dos 20 e poucos graus. E já quase no final da inesquecível viagem, só havia grana para escolher entre o Bondinho do Pão de Açúcar e a final da Copa América entre Brasil x Uruguai, com direito a conhecer também o Maracanã.
Bom, para três amantes do futebol, que eram estudantes de jornalismo, ter a oportunidade de ver a Seleção Brasileira em uma decisão no Maraca tornou a escolha muito mais fácil. As amigas cariocas compraram os ingressos e seguimos para o estádio. O time de Lazaroni era praticamente formado só por jogadores que atuavam no futebol carioca. Apesar de ter Muller e Careca entre os convocados, o único titular paulisssta daquele time era Silas.
Foi uma campanha complicada. Lazaroni colocou a Seleção para jogar em um 3-5-2 e o Brasil quase foi eliminado ainda na primeira fase, mas conseguiu se classificar para o quadrangular final. Como era de se esperar, os cariocas pegavam no pé de Silas, a cada passe errado do jogador do São Paulo. No segundo tempo, ele acabou sendo substituído por Alemão.
Apesar do futebol pobre, o gol que definiu a vitória nasceu de uma bela jogada de Mazinho e Bebeto pela direita, logo aos 4 minutos da segunda etapa. Mazinho cruzou e Romário se antecipou ao goleiro uruguaio Zeoli para marcar de cabeça o gol do título.
Era o fim do tabu de 40 anos sem vencer a Copa América, torneio que o Brasil até então não dava muita bola. Só que o preço do título saiu caro. Lazaroni, com seu esquema com líbero, se garantiu até a Copa de 90. E a Seleção fez uma de suas campanhas mais sofríveis da história, que terminou com a eliminação para a Argentina, de Maradona e Caniggia, nas oitavas de final.