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Mundial Feminino de Futebol

Mundial começa com grama da discórdia e Fifa na mira do FBI

"Copa do Mundo de saias" será aberta neste sábado com duelo entre Canadá e China. Brasil, de Marta, estreia na segunda contra a Coreia

6 jun 2015 - 08h11
(atualizado às 08h22)
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Começa neste sábado a versão feminina da Copa do Mundo. Seis cidades do Canadá serão palco do evento que reúne 24 seleções dos cinco continentes do planeta. A Seleção Brasileira estreia no dia 9 contra a Coréia do Sul no Estádio Olímpico, em Montreal. Nos últimos dias, o evento perdeu espaço na mídia diante dos mais recentes acontecimentos envolvendo a Fifa (Federação Internacional de Futebol). Ainda assim, os organizadores do torneio canadense acreditam que os escândalos da entidade não atrapalharão o torneio.

"Esse é o evento mais importante do futebol feminino. Nada deve ofuscar a Copa do Mundo nesse momento", afirma Rita Rogers, gerente de instalação da competição. “Estamos preparados para fazer uma excelente Copa.”

Gramado do estádio de Vancouver é checado pelos técnicos
Gramado do estádio de Vancouver é checado pelos técnicos
Foto: Rich Lam / Getty Images

A Copa do Mundo de Futebol Feminino aconteceu pela primeira vez em 1991. Até o momento foram seis edições. Os grandes vencedores são Estados Unidos e Alemanha, ambos bicampeões. Em seguida vem a Noruega e o Japão com um título mundial cada um. A melhor campanha do Brasil foi no Mundial de 2007, quando a seleção foi vice-campeã depois de perder a final para a Alemanha por 2x0.

As cidades-sede que serão palco dos jogos são: Vancouver, Edmonton, Winnipeg, Ottawa, Montreal e Moncton.

Controvérsias

O Canadá vem se preparando para sediar o evento desde 2011 depois que o outro concorrente, o Zimbábue, retirou a candidatura. Desde então o país teve que lidar com uma grande controvérsia envolvendo os campos onde serão disputadas as partidas. É que os estádios selecionados são cobertos com grama sintética, que é associada a desgastes musculares e maior propensão a provocar lesões.

No ano passado, a Fifa teve que responder a um abaixo-assinado feito por jogadoras de todo o mundo contra os jogos em grama artificial. A entidade respondeu que não haveria tempo para organizar a Copa do Mundo em outro país e os jogos em grama sintética foram mantidos.

As jogadoras consideram um absurdo jogar em gramado artificial. De acordo com o abaixo-assinado, a grama sintética "submete as profissionais a riscos de lesão e desvaloriza a dignidade, o respeito e o equilíbrio mental das jogadoras". O debate se intensificou quando algumas atletas foram forçadas a tirar seus nomes da assinatura por pressões das federações nacionais. Foi o caso da mexicana Teresa Noyola, ameaçada com a desconvocação caso não retirasse o nome da lista.

Outra controvérsia envolvendo a Fifa e o futebol feminino está no regulamento que permite à entidade solicitar exames quando houver "evidências" de que a jogadora poderia ser, na realidade, um homem.

Trata-se de uma política humilhante do futebol feminino que chegou ao ápice em 2013 com o caso da sul-coreana Park Eun-Sun. A atleta de 28 anos e 1,80m foi submetida a vários exames de gênero por conta de seu porte físico. Não conseguiram provar nada e a atleta estará em campo para a Copa do Mundo 2015.

Seleção Brasileira

A Seleção Brasileira está em Montreal, onde disputa as duas primeiras partidas da fase de grupos. O principal destaque do Brasil é a jogadora Marta, cinco vezes eleita a melhor jogadora do mundo pela FIFA. A imprensa canadense não se cansa de elogiar a atleta. Aos 29 anos, Marta está sendo considerada uma das jogadoras que podem fazer a diferença durante a Copa.

Marta sonha com a conquista inédita pela Seleção
Marta sonha com a conquista inédita pela Seleção
Foto: CBF

O time convocado pelo técnico Vadão traz ainda outros destaques como a volante Formiga e a atacante Cristiane, que brilhou na Copa América como a artilheira da competição com seis gols. Diferentemente de outras edições, o Brasil não está entre as principais favoritas e ocupa neste momento a modesta sétima posição do ranking da Fifa.

"A ansiedade faz parte da preparação e ela tem que existir desde que esteja dentro de certa normalidade. Um pequeno grau de ansiedade é benéfico”, diz o treinador Vadão. “A partir do momento em que estamos bem preparados, a ansiedade diminui um pouco".

Na primeira fase do torneio, o Brasil enfrentará a Coréia do Sul, no dia 9, no Estádio Olímpico, em Montreal. No dia 13, também em Montreal, o Brasil enfrenta a Espanha. E para fechar a fase de grupos, o Brasil pega a Costa Rica no dia 17 na cidade de Moncton.

"Nós temos que nos adaptar a cada adversário que vamos enfrentar”, avalia o técnico Vadão. “A Espanha foi muito forte durante as eliminatórias. A Coreia do Sul é uma equipe muito veloz. E a Costa Rica é o elemento surpresa. Não tem jogo fácil, mas estamos bem preparados para alcançar nosso objetivo.”

Seleção Brasileira de Futebol Feminino – equipe convocada pelo técnico Vadão

Goleiras: Bárbara, Letícia Izidoro e Luciana

Zagueiras: Géssica, Mônica Hickmann, Tayla e Erika

Laterais: Fabiana, Poliana, Rafaelle e Tamires

Meio-campo: Andressa, Formiga e Thaisa

Meias-atacantes/atacantes: Andressa Alves, Maurine, Beatriz, Darlene, Gabi Zanotti, Marta, Rosana, Raquel e Cristiane.

Marco Aurélio Cunha pede visibilidade ao futebol feminino:
Fonte: Especial para Terra
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