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Para Danica, piloto americano poderia alavancar F1 nos EUA

F1 busca, mais uma vez, se firmar nos EUA. Para Danica Patrick, um piloto local é importante na estratégia - e Colton Herta seria bom nome

19 out 2021 - 05h30
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Colton Herta, atualmente piloto da Andretti na IndyCar
Colton Herta, atualmente piloto da Andretti na IndyCar
Foto: Andretti Autosport / Divulgação

A Fórmula 1 vive uma eterna relação de idas e vindas com os Estados Unidos. Pelo enorme potencial do mercado americano, a categoria tentou por diversas vezes expandir sua presença e popularidade no país, mas sempre enfrentou certa resistência, uma vez que encarava a concorrência de categorias locais, como a NASCAR e a Fórmula Indy. Mesmo assim, as tentativas foram várias. 

O Grande Prêmio dos Estados Unidos de Fórmula 1 chega a sua 41ª edição em 2021, mas a categoria já passou pelo país bem mais vezes do que o número sugere. Nos primórdios da F1, de 1950 a 1960, as 500 Milhas de Indianápolis fizeram parte do calendário. Depois, surgiu o GP dos Estados Unidos Oeste, realizado em Long Beach entre 1976 e 1983. Nesse meio tempo, entre entradas e saídas, foram incluídos os GPs de Caesars Palace (Las Vegas) e o GP de Detroit. Houve ainda o GP de Dallas nos anos 80. A F1 chegou a correr três vezes em no mesmo país no ano de 1982, um recorde só igualado no calendário pandêmico de 2020. 

Porém, desde 1989, a Fórmula 1 só vai aos Estados Unidos uma vez por ano – quando muito. Não houve GP dos Estados Unidos entre os anos de 1992 e 1999 e, depois, de 2008 a 2011. O interesse por voltar a expor a marca com mais força em território norte-americano nunca deixou de existir, mas a categoria não soube explorar esse desejo nos últimos anos. Até que veio a Liberty Media. 

Sob tutela de um grupo americano de mídia, a F1 soube explorar sua marca melhor do que vinha fazendo no final do período Bernie Ecclestone e conseguiu alavancar em popularidade nos Estados Unidos, especialmente depois do sucesso da série Drive To Survive, da Netflix. Com uma base de fãs renovada no país, a categoria voltará a ter duas corridas por lá em 2022, com a inclusão do GP de Miami. 

A ex-piloto Danica Patrick, com passagens de sucesso pela IndyCar e pela NASCAR, falou à SkySports sobre a relação dos americanos com a Fórmula 1 e destacou a importância da série documental para a popularidade do esporte entre seus conterrâneos: “Teve muita gente que veio até mim e falou ‘ei, você assistiu aquilo? Eu estou acompanhando a Fórmula 1 agora’”, contou. “Acho que humaniza, conta histórias, é uma ótima forma de tentar entender o que acontece no esporte”. 

Para Danica, ter uma corrida a mais ajuda, mas, para a popularidade aumentar de vez entre os fãs dos Estados Unidos, o caminho é ter um piloto local competindo: “Se tiver um piloto americano para quem eles possam torcer, acho que veríamos uma cobertura ainda maior aqui. Seja em programas de TV, notícias matinais, ou só cobertura esportiva, haveria uma razão para cobrir, e acho que ajudaria.” 

Danica Patrick em sua última participação nas 500 Milhas de Indianápolis, em 2018
Danica Patrick em sua última participação nas 500 Milhas de Indianápolis, em 2018
Foto: Females in Motorsport / Twitter

Pilotos da Indy estão voltando a ser atrativos para a F1? 

Nos últimos 30 anos, Juan Pablo Montoya e Jacques Villeneuve são os exemplos de maior sucesso entre os pilotos oriundos da Indy, com o canadense inclusive conquistando o título de 1997 da F1 pela Williams. E houve aqueles que não alcançaram o que deles se esperava, como Michael Andretti e Sebastian Bourdais. 

Recentemente, Romain Grosjean, Marcus Ericsson e Kevin Magnussen migraram da categoria europeia para a americana, mas o sentido inverso não tem acontecido há alguns anos. O teste de Pato O’Ward pela McLaren em Abu Dhabi indica uma possível volta no “intercâmbio” entre pilotos da Fórmula 1 e da Indy. 

No entanto, por mais que um dia possa integrar a McLaren na Fórmula 1, Pato O’Ward não teria grande poder de atração do torcedor americano por um motivo simples: apesar de ter feito boa parte das categorias de base nos EUA, ele é mexicano, não estadunidense. 

Mas Pato não é o único jovem talento da Indy a rondar os noticiários da F1 recentemente. 

Colton Herta é especulado 

Muito tem se falado sobre uma possível compra da Sauber-Alfa Romeo pela Andretti Autosport, do já citado Michael Andretti, o que poderia colocar o americano Colton Herta na equipe. Caso ele vá mesmo para a Fórmula 1, seria o primeiro ianque na categoria desde Alexander Rossi, que correu em 2013. O último a vencer (e último campeão) foi Mario Andretti, num já distante ano de 1978. 

Herta, de apenas 21 anos, corre pela Andretti e é o mais jovem a vencer na Indy - e já o fez 6 vezes. Para Danica, ele pode ser a peça que falta à F1 para cativar de vez o público estadunidense: “Acho que seria realmente uma ótima oportunidade, especialmente se é algo que ele estiver muito empolgado, acho que é muito legal”. 

A ex-piloto acredita que, na pior das hipóteses, Herta não teria nada a perder caso receba e aceite uma oportunidade na F1: “Se não der certo para ele, geralmente pilotos de Fórmula 1 tem bastante credibilidade para vir e pilotar na IndyCar”, afirmou. “Ele não vai se tornar um piloto pior do que quando foi.” 

Por fim, Danica, que também correu pela Andretti na Indy, afirmou que, caso as especulações se confirmem, o fato de ser um conjunto equipe e piloto totalmente americano tenderia a ajudar: “Sendo tudo americano, acho que seria ótimo. Eu adoraria ver como seria”.

Parabólica
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