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Atletas de Louveira ensinam golfe para 280 alunos da rede pública

As tacadas fazem parte da grade de Educação Física das escolas. Iniciativa tem objetivo de popularizar o esporte

23 ago 2018 - 05h12
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Os atletas de golfe estão aproveitando o ciclo olímpico para incentivar a prática da modalidade entre as crianças e aumentar o número de praticantes em São Paulo. Para isso, criaram um projeto em Louveira (SP) para ensinar o esporte em três escolas do ensino fundamental. A iniciativa começou com uma classe de 25 alunos em 2015 e atualmente atende a 280 alunos da rede pública de ensino. As aulas de golfe fazem parte da grade de Educação Física.

Um dos alunos é Diego Sousa, de 10 anos. No ano passado, ele conquistou uma medalha em um torneio nacional chamado Brasil Kids Golf Tour. É um dos talentos da cidade. Ele é filho da dona de casa Dilma Aguiar e do jardineiro Ednei Silva Souza, que cuida do campo de golfe onde são oferecidas as aulas. Sem auxílio do projeto, Diego dificilmente conseguiria aprender a modalidade. Nas escolas particulares, o custo de um aluno iniciante é de R$ 1.500. "Ele sempre pede para comprar tudo de golfe, mas nós vamos fazendo do jeito que dá", diz Dilma.

Os alunos praticam a modalidade na fazenda Santo Antônio, onde existia o Coruja Golfe Clube. Daí, o nome do projeto: Corujinha. Transporte gratuito, oferecido pela prefeitura, leva os alunos da escola para o campo. Para o golfista Pedro da Costa Lima, um dos idealizadores do projeto ao lado do irmão, João, o objetivo é tornar o esporte mais acessível.

"O jogo de golfe é uma modalidade que traz grandes princípios, valores e eternos aprendizados em sua prática, isso já pode começar muito cedo na vida das crianças, momento onde estão construindo seus próprios valores", diz o golfista profissional. "Estamos dispostos a trabalhar para que o projeto cresça, atinja mais pessoas e traga benefícios para todos os envolvidos", completa João da Costa Lima.

No Brasil, o golfe ainda enfrenta dificuldades para conquistar novos adeptos. Euclides Gusi, presidente da Confederação Brasileira de Golfe, explica que um dos problemas é a falta de espaço. "O Brasil tem 180 campos; a Argentina tem 300 e a Flórida, um dos estados norte-americanos, tem 1200", compara.

O projeto de Louveira conta com o apoio de alguns apoiadores. A Decathlon fornece tacos e bolas e pretende abrir vagas para jovens aprendizes entre os integrantes do projeto. A escola de idiomas CNA oferece bolsas de estudo.

Regina Denadai, coordenadora pedagógica do projeto e de Educação Física da secretaria municipal de Louveira, afirma que a educação está ao lado do esporte. "O golfe oferece muitas oportunidades de desenvolvimento de boas atitudes, como respeito ao parceiro de jogo e paciência. Queremos educar e promover a inserção social e novas oportunidades de futuro a partir do golfe", diz.

Estadão
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