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IPCA desacelera em abril, mas alta de 0,57% é a maior para o mês desde 2016

Inflação acumulada em 12 meses chega a 4,94%, informou o IBGE nesta sexta-feira; preços da gasolina e dos remédios foram os que mais pesaram na composição do índice

10 mai 2019 - 09h26
(atualizado às 19h40)
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A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou abril com alta de 0,57%, ante um avanço de 0,75% em março, informou nesta sexta-feira, 10, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas do mercado financeiro, de 0,63%, e dentro do intervalo de 0,54% a 0,71% na pesquisa Projeções Broadcast.

Segundo o IBGE, foi a maior alta do IPCA para meses de abril desde 2016, quando a taxa ficou em 0,61%.

A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 2,09%. Nessa base de comparação também foi a maior variação acumulada até abril desde 2016, quando o IPCA teve avanço de 3,25%.

O IPCA em 12 meses ficou em 4,94%, abaixo da mediana das previsões, de 5,00% (intervalo de 4,90% a 5,10%). Segundo o IBGE, é a maior variação acumulada em 12 meses desde janeiro de 2017, quando o IPCA acumulou alta de 5,35%.

Pressão da gasolina e dos remédios

Gasolina e remédios foram os vilões da inflação de abril. Os preços dos alimentos também pesaram, mas em magnitude inferior ao peso visto na leitura de março do indicador.

O grupo saúde e cuidados pessoais teve o maior impacto de alta, contribuindo com 0,18 ponto porcentual após avançar 1,51% no IPCA de abril. O destaque foi o segmento "remédios" (2,25%), refletindo o reajuste anual, em vigor desde 31 de março, com teto de 4,33%, segundo o IBGE.

De acordo com Fernando Gonçalves, da Gerência de Sistema Nacional de Índices de Preços (SNIPC) do IBGE, os remédios tiveram o terceiro maior impacto individual no IPCA do mês e é possível que o reajuste continue tendo efeito na inflação de maio, pois as farmácias podem "espaçar" as remarcações de preços em função da concorrência. "Pode ser que o comerciante, para atrair o público, espace mais os reajustes", disse.

O primeiro impacto individual na inflação ficou com a gasolina, que avançou 2,66%. Com isso, o grupo transportes subiu 0,94% no IPCA de abril, com impacto de alta de 0,17 ponto porcentual. Apesar disso, houve desaceleração ante março, quando o grupo subiu 1,44%.

O grupo alimentação e bebidas contribuiu com 0,16 ponto porcentual no IPCA do mês passado, ao subir 0,63%. Apesar do peso, a variação ficou abaixo da metade da registrada no IPCA de março (1,37%).

A desaceleração foi puxada pelos alimentos no domicílio, que saíram da alta de 2,07% no IPCA de março para elevação de 0,62% na leitura de abril.

O IBGE destacou as quedas de preços no feijão-carioca (-9,09%) e nas frutas (-0,71%). Por outro lado, ainda houve pressão do tomate (28,64%), segundo maior impacto individual no IPCA de abril, do frango inteiro (3,32%), da cebola (8,62%) e das carnes (0,46%). A alimentação fora de casa foi de 0,10% em março para 0,64% em abril.

Preços monitorados

Segundo Gonçalves, os preços monitorados - como são os dos combustíveis e dos remédios - continuarão a pressionar a inflação de maio. Estão no radar o reajuste de 3,43% no gás de botijão, em vigor desde 1.º de maio (o gás de botijão tem peso de 1,32% no IPCA) e o reajuste de 4,72% na tarifa de água e esgoto na região metropolitana de São Paulo. Esse item pesa 1,47% na composição do IPCA da região metropolitana de São Paulo, que, por sua vez, responde por 30,67% na composição do IPCA nacional.

Além disso, a conta de luz terá bandeira amarela em maio. Segundo Gonçalves, esse efeito será o principal na tarifa de energia elétrica, mas se somará a reajustes concedidos em Recife, Fortaleza e Aracaju, principalmente.

Estadão
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