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Golpe das criptomoedas que mais cresce: conheça o Rug Pull

37% dos golpes com criptomoedas já são feitos usando esse método

22 dez 2022 - 02h00
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Foto: Adobe Stock

Quando uma pessoa é enganada ou traída, principalmente no mundo dos negócios, uma das frases mais conhecidas é a velha e tradicional “puxada no tapete”. Pois essa expressão idiomática ganhou um novo significado no universo das criptomoedas: Rug Pull.

Rug Pull, que literalmente é traduzida como “puxar o tapete”, é o nome de um dos golpes mais comum e perigoso nesse segmento. Para se ter uma ideia, dos US$ 7,7 bilhões de criptomoedas roubadas em todo o mundo em 2021, mais de um terço (37%) foi proveniente desse método, segundo um levantamento realizado pela Chainalysis. 

Já um levantamento da Comparitech indica que em 2022 já foram quase 300 golpes ou “puxadas de tapete” – no ano anterior, o número não passou de 65 e era, até então, o recorde histórico da análise. 

Mas do que se trata esse golpe e como ele acontece? Quais cuidados os investidores e usuários precisam ter? 

O que é Rug Pull? 

A expressão “puxar o tapete” faz todo o sentido nesse tipo de golpe porque a ideia é justamente enganar usuários e possíveis interessados em criptoativos. O objetivo é promover uma fraude nas transações, para que as pessoas invistam em tokens que não possuem valor e finalidade. 

É um golpe que pode acontecer em qualquer ambiente, porém é mais comum que ocorra em corretoras descentralizadas de criptomoedas. Afinal, nesses ambientes as operações são totalmente automáticas e praticamente qualquer um pode incluir, negociar e vender um criptoativo. 

Já as corretoras centralizadas costumam analisar o token e sua viabilidade financeira antes de colocá-lo à venda. 

Como funciona na prática? 

Quem está acostumado com o mercado financeiro certamente conhece a sigla FOMO, que em inglês significa “medo de perder algo”. Basicamente, é o receio que investidores têm de não aproveitar boas oportunidades quando elas aparecem. O Rug Pull lida justamente com essa questão. 

Nele, um grupo de investidores cria um token e o disponibiliza em uma corretora. A partir daí, eles estimulam a entrada de diversas pessoas para aumentar o valor e a percepção do mercado. 

Depois, quando já tiverem levantado uma quantia considerável, esses desenvolvedores simplesmente abandonam o projeto e o token perde totalmente o valor. 

Quais são os principais tipos? 

Basicamente, o Rug Pull pode acontecer de três formas. O golpe mais comum é o puro roubo de liquidez. Nele, os desenvolvedores fazem as vítimas investirem no projeto, diretamente ou com estímulos nas redes sociais. Depois, simplesmente pegam esse dinheiro e desparecem. 

A figura dos investidores falsos também é bastante comum. O projeto golpista aparece com um número considerável de pessoas participantes, o que atrai justamente aqueles que não têm tanta experiência. 

Com a entrada de mais gente, o token se valoriza, permitindo ganhos maiores, até que os responsáveis simplesmente vendem sua parte, derrubando a cotação e deixando todos no prejuízo. 

Por fim, há também a própria manipulação do projeto, em que os desenvolvedores conseguem impedir que as vítimas vendam seus ativos. Assim, o preço daquele criptoativo sobe e os criminosos simplesmente pegam o lucro e desaparecem. 

Como evitar? 

O que faz o golpe Rug Pull ser bem-sucedido é que na maioria dos casos não é fácil identificar que se trata de uma fraude. Os desenvolvedores conseguem simular bem toda a movimentação comum aos criptoativos e enganam até mesmo aqueles investidores bem mais experientes no segmento. 

Entretanto, algumas dicas são eficazes para identificar projetos sólidos. O primeiro passo é analisar quem está por trás do desenvolvimento da criptomoeda. Evite projetos de pessoas e/ou empresas que já tiveram problemas anteriores. 

Além disso, desconfie sempre de promessas boas demais – porque quase sempre são falsas! 

Por fim, confira a flutuação do valor e certifique-se de que altas súbitas são justificáveis. 

Era natural que novos golpes iriam surgir cedo ou tarde nesse segmento. Nos últimos anos, o mercado de criptoativos cresceu de forma substancial. Se por um lado isso estimula a entrada de novos investidores e empresas dispostas a melhorar o segmento como um todo, por outro também atrai pessoas interessadas apenas em aplicar golpes e cometer crimes. 

Assim, como em todas as áreas, é preciso saber separar o joio do trigo para não ter maiores problemas no futuro.

(*) John Blount é CEO da FMI Minecraft Managament – fmi@nbpress.com.br.  

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