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CPI do INSS mantém depoimento de Careca do INSS e insistirá em ouvir Nelson Willians após operação

'É preciso saber a quem eles deviam obediência', diz relator da CPI ao Estadão

12 set 2025 - 10h06
(atualizado às 12h16)
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BRASÍLIA — A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS vai manter os depoimentos do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS", e do empresário Maurício Camisotti, presos pela Polícia Federal nesta sexta-feira, 12, e insistir na convocação do advogado Nelson Willians, que também foi alvo da operação.

O depoimento do "Careca do INSS" está marcado para a próxima segunda-feira, 15. Camisotti, por sua vez, deve ser ouvido na quinta-feira, 18. Com a prisão, agora a CPI dependerá de autorização do STF para ouvir os dois, segundo o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL). Há pedidos para depoimento e quebras de sigilo de Nelson Willians, mas os requerimentos ainda não foram aprovados.

Dinheiro vivo e relógios apreendidos pela PF com alvo ligado ao escritório Nelson Willians
Dinheiro vivo e relógios apreendidos pela PF com alvo ligado ao escritório Nelson Willians
Foto: Divulgação / Estadão

"O povo brasileiro foi roubado em proporções bilionárias, ninguém estava entendendo porque dois criminosos dessa proporção estavam soltos perambulando com o dinheiro do povo. Isso representa um marco muito importante", disse o relator ao Estadão. A CPI havia aprovado um pedido de prisão de Antunes e Camisotti, junto com outros envolvidos na Fraude do INSS.

Segundo o parlamentar, a prisão é importante para que os envolvidos "se animem" a colaborar com as investigações e revelar a origem e o destino do pagamento de propina, que é apontado na investigação da PF, e quem dava apoio político para as fraudes.

"Temos de ouvir os três. O Nelson Willians fez negócio milionário com o Camisotti, negócio particular, e a gente tem de saber qual a origem desses negócios. E temos de ouvir os outros dois para explicar como se deu toda essa estrutura criminosa da organização e saber a quem eles deviam obediência", disse Gaspar.

O presidente da CPI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que a comissão pedirá ao ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a operação, para que Antunes e Camisotti sejam conduzidos à CPI na semana que vem.

"Essas prisões já chegam com atraso. A Polícia Federal sabia todo o envolvimento, a qualidade, quantos eram as associações, as empresas de fachada, e ninguém tinha sido preso", disse Viana.

O senador defendeu a prisão de outras 19 pessoas que a CPI pediu. "Nós temos muitas outras pessoas que têm de ser presas para dar declarações na cadeia, para que não possam fugir e, principalmente, não possam esconder o patrimônio roubado dos aposentados."

A Operação Cambota, deflagrada pela PF nesta sexta, cumpre 13 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Distrito Federal. A operação foi autorizada pelo ministro André Mendonça do Supremo Tribunal Federal (STF). A suspeita de fuga levou a polícia a prender Antunes e Camisotti.

O escritório Nelson Willians, por sua vez, entrou na mira da investigação porque recebeu pagamentos de envolvidos no esquema e fez uma transferência ao empresário Maurício Camisotti. A PF suspeita que as operações tinham o objetivo de lavagem de dinheiro.

No governo, a operação foi recebida com alívio nos bastidores, pois, de acordo com integrantes do Poder Executivo, havia muita pressão e cobrança sobre a prisão de envolvidos na fraude no INSS.

O INSS começou a ressarcir aposentados e pensionistas lesados pelo esquema em julho e prevê que sejam pagos R$ 3,3 bilhões ainda neste ano. A avaliação, no entanto, é de que ainda é preciso limpar a imagem do INSS e recuperar a credibilidade do órgão após a descoberta da fraude. Procurado, o INSS ainda não se manifestou sobre a operação.

A defesa de Camisotti afirma que "não há qualquer motivo que justifique sua prisão". Os advogados de Nelson Willians alegam que a relação dele com um dos investigados na fraude "é estritamente profissional e legal" e que a medida é tem caráter investigativo, "não implicando qualquer juízo de culpa ou responsabilidade".

Nota da defesa de Maurício Camisotti:

A defesa do empresário Maurício Camisotti afirma que não há qualquer motivo que justifique sua prisão no âmbito da operação relacionada à investigação de fraudes no INSS.

Os advogados chamam a atenção para a arbitrariedade cometida durante a ação policial: Camisotti teve seu celular retirado das mãos no exato momento em que falava com seu advogado. Tal conduta afronta garantias constitucionais básicas e equivale a constranger um investigado a falar ou produzir prova contra si próprio.

A defesa reitera que adotará todas as medidas legais cabíveis para reverter a prisão e assegurar o pleno respeito aos direitos e garantias fundamentais do empresário.

Nota da defesa de Nelson Willians:

Em relação ao mandado de busca e apreensão cumprido nesta data, Nelson Wilians esclarece que tem colaborado integralmente com as autoridades e confia que a apuração demonstrará sua total inocência.

Nelson Wilians já afirmou, anteriormente, que sua relação com um dos investigados — seu cliente na área jurídica — é estritamente profissional e legal, o que será comprovado de forma cabal. Os valores por ele transferidos referem-se à aquisição de um terreno vizinho à sua residência, transação lícita e de fácil comprovação.

Ressaltamos que a medida cumprida é de natureza exclusivamente investigativa, não implicando qualquer juízo de culpa ou responsabilidade. O advogado permanece à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários e reafirma seu compromisso com a legalidade e a transparência.

Estadão
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