Especialista em segurança pública associada à Globo sofre ataques por aparência e discurso
Jacqueline Muniz discute com delegado ao vivo e denuncia “campanha de ódio” na internet
Desde que apareceu na TV para analisar a megaoperação contra o crime organizado em comunidades cariocas, a antropóloga Jacqueline Muniz virou alvo de críticas e deboches.
O cabelo tingido de laranja virou motivo de chacota em incontáveis posts nas redes sociais. Piadas homofóbicas tentam desqualificá-la. Com intuito pejorativo, a acadêmica é apresentada como “especialista em segurança da Globo”.
Nota-se explícita tentativa de associá-la ao discurso progressista da maioria dos jornalistas da emissora e também dos apresentadores e comentaristas da GloboNews, onde a cobertura condena a ação que resultou em dezenas de mortes, inclusive a de quatro policiais.
A professora do Departamento de Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense (UFF) já foi entrevistada algumas vezes nos canais da família Marinho. Em 2018, por exemplo, esteve no estúdio para analisar a intervenção federal no Rio.
Desta vez, ela também surgiu na tela do SBT, TV Fórum e Telesur da Venezuela.
Uma declaração controversa de Jacqueline Muniz aumentou a hostilidade e as ironias. “O criminoso tá com o fuzil na mão, ele é facilmente rendido por uma pistola, até por uma pedra na cabeça. Enquanto ele tá tentando levantar o fuzil e colocar o fuzil para atirar, alguém joga uma pedra e já derrubou o sujeito”, disse em entrevista após a megaoperação.
No canal do apresentador Paulo Mathias, a professora protagonizou um bate-boca com o deputado federal Delegado Palumbo (MDB-SP).
Ela o chamou de “robô de Nikolas”, em referência ao deputado federal e midiático da direita Nikolas Ferreira (PL-MG). O policial a acusou de ter conhecimento apenas teórico, mostrou sua arma e disse que Jacqueline fala sobre segurança pública sem nunca ter enfrentado o crime nas ruas e comunidades.
Paulo Mathias precisou intervir quando o clima pesou, com os dois debatedores se provocando ao mesmo tempo.
Em perfil no Twitter, a professora afirmou ser alvo de “campanha de ódio e violência” orquestrada por “arautos da covardia digital”.
O espaço da coluna está aberto a todos os citados.