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Honda HR-V aspirado vai sofrer contra T-Cross, Creta e Tracker

Único dos quatro SUVs com motor aspirado, novo Honda HR-V terá vantagem somente no consumo

4 jul 2022 - 09h58
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Novo Honda HR-V 1.5 EXL Sensing
Novo Honda HR-V 1.5 EXL Sensing
Foto: Honda / Divulgação

A Honda apresentou na semana passada os novos HR-V aspirado e turbo. Os preços ainda não foram divulgados, mas, segundo a montadora japonesa, o HR-V 1.5 aspirado flex – que começa a ser vendido primeiro, em agosto – vai concorrer contra as versões topo de linha da categoria B-SUV. Ou seja: contra as versões mais equipadas do Volkswagen T-Cross, do Hyundai Creta e do Chevrolet Tracker, entre outros.

É uma tática oposta à da Hyundai, que escalou o Creta 2.0 aspirado para fustigar as versões de entrada dos SUVs médios. Na Honda, essa tarefa caberá ao novo HR-V 1.5 turbo. Mas isso é assunto para daqui a dois ou três meses. Por isso, analisamos inicialmente a dura tarefa que o novo Honda HR-V terá contra os carros citados.

Único entre os SUVs compactos mais vendidos a não contar com um motor turbo, o novo Honda HR-V terá a importante vantagem do consumo, pois é o mais econômico de todos, mas vai sofrer em outros aspectos.

Novo Honda HR-V 1.5 EXL Sensing
Novo Honda HR-V 1.5 EXL Sensing
Foto: Honda / Divulgação

O novo HR-V tem 126 cv de potência e, portanto, ganha apenas do Creta, que tem 120 cv. Perde para o Tracker (133 cv) e fica distante do T-Cross (150 cv). Consideramos nesta análise o Honda HR-V EXL Sensing 1.5 aspirado, o VW T-Cross Highline 1.4 TSI, o Hyundai Creta Platinum 1.0 TGDI e o Chevrolet Tracker Premier 1.2 Turbo. Outras comparações poderão ser feitas quando tivermos os preços dos novos HR-V. 

O Honda é o único com câmbio CVT de 7 marchas; todos os demais usam câmbio automático de 6 marchas. O torque também é item difícil para o Honda HR-V 1.5 aspirado, pois ele tem 155 Nm contra 250 Nm do T-Cross, 172 Nm do Creta e 210 Nm do Tracker. Outro item ruim para o novo HR-V é o porta-malas, que tem 354 litros e, portanto, é o menor de todos. São -19 litros em relação ao T-Cross (373), -68 litros perante o Creta (422) e -36 litros diante do Tracker (393).

Mas, calma, pois, como dissemos, há um item importante no qual o Honda HR-V aspirado leva vantagem sobre seus rivais turbinados: o consumo. Ele é mais econômico na cidade do que seus rivais: faz 12,7 km/l com gasolina e 8,8 km/l com etanol. Na estrada, entretanto, perde para o VW T-Cross, que faz 14,2 km/l com gasolina e 10,0 km/l com etanol. O HR-V faz 13,9 e 9,8, números próximos.

Porém, na média cidade/estrada, considerando os dois combustíveis, a vantagem volta a ser do Honda HR-V. Sua média geral é de 11,3 km/l, contra 11,05 do T-Cross, 10,3 do Creta e 10,0 do Tracker. O HR-V também é um pouco maior do que todos eles, pois mede 4,330 m de comprimento. Mesmo assim, o melhor entre-eixos é do T-Cross (2,651 m), a maior largura é do Tracker (1,791 m) e a maior altura é do Creta (1,635 m).

Novo Honda HR-V 1.5 EXL Sensing
Novo Honda HR-V 1.5 EXL Sensing
Foto: Honda / Divulgação

Claro que estamos considerando somente números. Ainda não fizemos uma avaliação completa do HR-V para fazer comentários profundos sobre seu comportamento dinâmico, dirigibilidade etc. No breve contato que tivemos com o novo HR-V, na pista de testes da Honda, o que mais nos impressionou foi a maciez da suspensão. Alguns exercícios de handling eram muito limitados e não deu para ter uma opinião final.

Também verificamos o novo HR-V em seus principais aspectos de segurança, o pacote Honda Sensing. Porém, itens como frenagem automática de emergência e piloto automático adaptativo os rivais também têm. O T-Cross tem ambos; o Tracker tem a frenagem. Só o Creta não tem nenhum deles.

É possível que a Honda, ao invés de mirar em toda a categoria de SUVs compactos, esteja preocupada apenas com o Hyundai Creta, que roubou clientes do HR-V nos últimos anos. Nesse caso, a tática faz mais sentido e o novo HR-V se torna mais competitivo.

Considerando esses três rivais, o HR-V EXL tem apenas quatro itens exclusivos de série: controle de descida, alerta de mudança de faixa, assistente de permanência em faixa e frenagem automática em manobras. O primeiro item é mais usado para SUVs em terrenos off-road, que não é o ambiente do HR-V e de nenhum dos carros citados (está mais para o Jeep Renegade e o Renault Duster). Os sistemas de alerta e permanência em faixa são úteis somente na estrada. 

Na rodovia, entretanto, o torque limitado do motor 1.5 aspirado pode fazer com que o motorista solicite mais o pedal do acelerador. Não é difícil que isso aconteça, pois o novo HR-V é pesado (mais de 1.300 kg) e essa necessidade aparece com frequência na utilização do novo Honda City, que utiliza o mesmo motor e é mais leve. O resultado disso será um consumo um pouco maior da estrada. Se isso acontecer, cai a vantagem sobre o T-Cross turbo, que entrega mais força em baixos regimes de rotação.

Novo Honda HR-V 1.5 EXL Sensing
Novo Honda HR-V 1.5 EXL Sensing
Foto: Honda / Divulgação

Há ainda uma lista de 24 itens ausentes do Honda HR-V EXL Sensing e presentes em um ou mais rivais do segmento B-SUV. Entre eles, sem contar o turbocompressor, itens como sistema antifurto das rodas, câmera 360 graus, sensor de estacionamento dianteiro, vetorização de torque, assistente de estacionamento semiautomático, sensor de chuva, teto solar, porta-luvas climatizado, sistema start-stop, navegador por GPS, HD interno e Wi-Fi a bordo.

Como se vê, a Honda continua apostando alto em sua excelente imagem no mercado brasileiro. O antigo HR-V era o melhor SUV do mercado com o motor 1.5 turbo de 173 cv. Talvez continue sendo. Mas o novo 1.5 aspirado, que perdeu 14 cv em relação ao antigo 1.8 nas versões EX e EXL, vai ter que se impor não apenas pela imagem e pelos equipamentos do Honda Sensing, mas também pelo preço. Aguardemos.

Preço dos carros analisados

Honda HR-V 1.5 aspirado - n/d

Volkswagen T-Cross 1.4 turbo - R$ 159.930

Hyundai Creta 1.0 turbo - R$ 152.090

Chevrolet Tracker 1.2 turbo - R$ 150.510

Guia do Carro
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