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Verificados no Twitter postam 74% das fake news sobre guerra Israel-Hamas

Estudo da NewsGuard revelou que 74% dos conteúdos virais no Twitter com informações falsas sobre a guerra Israel-Hamas foram enviados por contas verificadas

23 out 2023 - 14h19
(atualizado às 17h40)
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Um estudo da NewsGuard, empresa que analisa desinformação na imprensa e nas redes sociais, constatou que 74% das publicações virais no X (ex-Twitter) com conteúdos falsos sobre a guerra Israel-Hamas foram publicadas por contas verificadas na plataforma.

Foto: Reprodução/Twitter/X / Canaltech

A pesquisa selecionou 10 assuntos falsos relacionados à guerra e analisou as 250 publicações que tiveram maior engajamento no Twitter ao promover pelo menos um deles. A amostragem considerou apenas os dados entre os dias 7 e 14 de outubro, a primeira semana após o ataque surpresa do Hamas a Israel.

Como resultado, 186 das 250 postagens (78%) foram enviadas por perfis verificados, cujo selo azul é obtido a partir de uma assinatura paga do X Premium (antigo Twitter Blue). Os conteúdos alcançaram mais de 1,3 milhão de interações e foram vistos por mais de 100 milhões de pessoas na rede social.

Contas verificadas do X concentraram a maior parte das publicações falsas sobre a guerra Israel-Hamas, revela estudo (Imagem: Julian Christ/Unsplash)
Contas verificadas do X concentraram a maior parte das publicações falsas sobre a guerra Israel-Hamas, revela estudo (Imagem: Julian Christ/Unsplash)
Foto: Canaltech

Apesar de reforçar que notícias falsas também foram encontradas em outras redes, como Facebook, Instagram e TikTok, a NewsGuard aponta que a maioria das narrativas viralizam no X antes de aparecerem nas demais plataformas. Além disso, o estudo escolheu o Twitter pelo fato da empresa ter reduzido os esforços para moderar o conteúdo no ar — vale lembrar que o e-mail oficial de contato com a imprensa responde automaticamente às solicitações com um emoji de fezes.

A empresa analisou estes conteúdos considerados falsos ou sem evidências suficientes:

  • Ucrânia teria vendido armas ao Hamas;
  • Israel teria matado 33 mil crianças palestinas desde 2008;
  • Vídeo com crianças palestinas e israelenses em jaulas;
  • Vídeo com oficiais de Israel capturados pelo Hamas;
  • Igreja ortodoxa em Gaza teria sido destruída por bombardeio de Israel;
  • Vídeo com integrantes do Hamas comemorando a captura de uma criança israelense;
  • Vídeo armado de uma equipe de notícias sob ataque em Israel;
  • Documento da Casa Branca para informar que os EUA teriam aprovado ajuda de US$ 8 bilhões a Israel;
  • Vídeo de Israel para mostrar a morte de uma criança pelo Hamas;
  • Teoria de que o ataque do Hamas seria uma "bandeira falsa", sob alegação de que seria produzido por Israel ou pelo ocidente.

Notas da comunidade não foram suficientes

As notas da comunidade são uma alternativa para conter a desinformação no Twitter: a ferramenta funciona como uma checagem de fatos feita pela própria base de usuários da rede e adiciona contexto adicional a publicações virais.

No entanto, a pesquisa descobriu que a função não foi capaz de esclarecer a maioria dos posts populares com notícias falsas sobre o conflito. Apenas 79 das 250 publicações foram marcadas com uma nota, uma parcela de 32% do total.

O dilema das contas verificadas

A rede social já usou o selo de verificação como forma de comprovar a autenticidade de uma conta. No entanto, Elon Musk ordenou a mudança desse sistema, aplicada em abril deste ano: o selo azul passou a ser oferecido apenas para assinantes do X Premium, antigo Twitter Blue.

Com a alteração, o próprio Musk confirmou que a rede social prioriza os assinantes verificados. Dessa forma, contas com o selo podem aparecer primeiro nas respostas de uma publicação ou até ganhar uma alcance maior.

O X ainda possui um sistema de verificação para empresas, veículos de imprensa e organizações governamentais, mas o funcionamento é diferente.

União Europeia cobrou Twitter e outras redes sobre desinformação

Logo após os primeiros dias de conflito, o comissário da União Europeia, Thierry Breton, cobrou publicamente as principais redes sociais sobre o combate à desinformação. Em resposta, a CEO do X, Linda Yaccarino, confirmou que muitas publicações foram apagadas e a empresa estabeleceu um "grupo de liderança" para acompanhar a situação.

Fonte: NewsGuard

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