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Startup de seguros Pier demite 111 funcionários para manter 'eficiência operacional'

Empresa diz que reorganização tem como objetivo garantir a alta rentabilidade e reduzir despesas do negócio

12 jan 2023 - 19h54
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Juntando-se ao "unicórnio" Frete.com, a startup de seguros Pier também realizou uma rodada de demissões nesta semana. A seguradora confirmou ao Estadão a dispensa de 111 empregados nesta quinta-feira, 12, primeiro corte em massa da companhia, fundada em 2018.

Pier é uma seguradora digital que comercializa produtos para celulares e automóveis
Pier é uma seguradora digital que comercializa produtos para celulares e automóveis
Foto: Divulgação/Pier / Estadão

A startup agradece a dedicação dos profissionais cortados e afirma que os demitidos vão receber os direitos trabalhistas devidos e um pacote assistencial adicional, que inclui extensão do plano de saúde por dois meses, consultoria para recolocação profissional por três meses e acesso à plataforma de saúde mental Zenklub e à rede de academias Gympass por dois meses.

A Pier afirma que os cortes são "com o objetivo de manter o expressivo avanço dos seus negócios e sua eficiência operacional", diz em nota ao Estadão. Por isso, a reorganização é "fundamental para uma nova fase de crescimento da companhia" para garantir "alta rentabilidade", reduzir despesas e equilibrar "o financiamento entre o curto e longo prazo".

O negócio da Pier é focado em seguros para automóveis e celulares. Com inteligência artificial (IA), a startup oferece taxas customizadas a partir do perfil do cliente e atendimento personalizado ao usuário, o que permite baixar custos e tornar o serviço mais acessível. Não por coincidência, a empresa se inspira no Nubank, gigante do setor financeiro e maior caso de sucesso no universo das startups.

Em setembro de 2021, a Pier levantou US$ 20 milhões com os fundos de investimento Raiz. Em outubro de 2020, levantou outros US$ 14,5 milhões com Monashees, Canary e banco BTG Pactual.

Mau momento para as startups

Ao contrário do período visto até 2021, as empresas de tecnologia vêm sofrendo pressão com a alta dos juros e o cenário inflacionário, que forçam os negócios de startups a se tornar mais eficientes e rentáveis diante de investidores avessos ao risco. Por isso, com objetivo de enxugar custos, demissões tornaram-se comuns em um mercado conhecido por contratar milhares de pessoas para manter o alto ritmo de crescimento.

Segundo levantamento do Estadão, somente no Brasil, cerca de 4 mil demissões em massa foram realizadas entre startups "unicórnios", clube de elite do mercado que diz respeito a pequenas empresas de tecnologia de capital fechado com avaliação superior a US$ 1 bilhão. Entre as 24 startups nacionais, 17 realizaram grandes cortes com fins de enxugamento de custos.

O quadro, porém, também atinge o mercado de startups de modo geral, sem incluir os unicórnios. A healthtech Alice cortou mais de 170 pessoas até dezembro de 2022, enquanto a Buser enxugou em 30% o pessoal, cerca de 165 funcionários. Esses números, no entanto, não compõem o levantamento do Estadão.

Para 2023, especialistas apontam que a tendência de austeridade vista em 2022 deve continuar. Além disso, sem capital necessário para continuar operando, os negócios insustentáveis devem quebrar ou fechar as portas, dizem.

Estadão
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