Especialista alerta quais são os sinais de que crianças e adolescentes estão correndo risco na internet

Desafios virais têm deixado vítimas fatais, como foi o caso de Sarah Raissa Pereira, de apenas 8 anos

17 abr 2025 - 18h01
(atualizado às 18h21)
Resumo
A morte de Sarah Raissa, de 8 anos, causada pelo 'desafio do desodorante', alerta para os perigos de desafios virais; especialistas pedem educação e supervisão digital como formas de prevenção.
Especialista explica como identificar se uma criança ou adolescente está consumindo conteúdos perigosos
Especialista explica como identificar se uma criança ou adolescente está consumindo conteúdos perigosos
Foto: Poder360

A morte da menina Sarah Raissa Pereira, de apenas 8 anos, acendeu um novo alerta sobre os riscos de desafios virais que circulam nas redes sociais. A criança teve uma parada cardiorrespiratória após inalar gás de um desodorante aerossol, no que ficou conhecido como “desafio do desodorante”. O caso aconteceu na última quinta-feira, 10, e foi confirmado nesta semana.

Segundo o Instituto DimiCuida, essa prática já fez pelo menos outras oito vítimas e continua se espalhando pela internet. Nos últimos 11 anos, a instituição registrou 56 casos de crianças e adolescentes que morreram ou ficaram gravemente feridos após participarem de desafios semelhantes.

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Em entrevista ao Terra Agora nesta quinta-feira, 17, a pediatra e conselheira em segurança digital Jade Pedrosa fez um apelo aos pais e responsáveis. Para ela, é fundamental estar atento aos sinais de alerta e, principalmente, investir em prevenção.

“São muitos os motivos. A gente sabe, por exemplo, na infância, a gente mistura uma curiosidade exacerbada com uma falta de uma informação do risco que isso tem. Já o adolescente cai no viés de espetacularização da vida que as redes sociais estão apresentando. Eles passam a ver a validação através da curtida, do like e do compartilhamento”, explica a médica.

Jade também chama a atenção para o crescimento da participação de crianças e adolescentes em grupos fechados nas redes sociais. Segundo ela, nesses espaços, circulam discursos de ódio, incentivo à violência, práticas perigosas e até ao suicídio.

Para evitar que uma tragédia aconteça, a especialista aponta duas frentes de ação fundamentais. “Uma, a mais importante, é a prevenção que se faz através do acolhimento, da conversa e da educação digital e supervisão digital. A gente tem outro viés, que é de percebermos quando o adolescente está consumindo esses conteúdos”, afirma.

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Entre os comportamentos que podem indicar exposição a conteúdos perigosos, Jade destaca o isolamento, o entristecimento ou a agressividade repentina. Em alguns casos, mesmo diante do acolhimento e questionamento dos pais, a criança ou adolescente pode se fechar, muitas vezes sob ameaças de outros integrantes dos grupos em que estão inseridos.

“Mas, mesmo com todas essas ações e esses mecanismos de proteção, ainda temos crianças sendo vitimadas. Então, precisamos pensar também em ações globais, para que toda a sociedade esteja implementada”, completa.

Além do “desafio do desodorante”, a pediatra cita outras práticas perigosas, como a brincadeira em que crianças são induzidas a pular e, ao fazerem isso, colegas ao lado aplicam uma rasteira, provocando quedas violentas. Outro exemplo é o desafio da asfixia, em que uma criança é sufocada por outra até perder os sentidos.

"Não são crianças suicidas. São crianças vitimadas", disse.

Fonte: Redação Terra
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