Dormir mal engorda? Entenda como o sono pode afetar os números da balança

8 dez 2025 - 04h59
Entenda os riscos de dormir poucas horas
Entenda os riscos de dormir poucas horas
Foto: Freepik

Dormir mal engorda — e não é figura de linguagem. É fisiologia. Segundo a Dra. Tassiane Alvarenga, endocrinologista e metabologista pela SBem, quando o corpo não dorme o suficiente, toda a regulação hormonal que controla fome, saciedade e gasto energético se desorganiza.

"A privação de sono reduz a ação da leptina, que é o hormônio da saciedade, e aumenta a grelina, que estimula a fome. Isso faz com que a pessoa acorde desejando alimentos mais calóricos, ultraprocessados e com muito açúcar. Não é 'falta de força de vontade': é uma resposta biológica à falta de descanso", explica.

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Além disso, o centro de decisões do cérebro — o córtex pré-frontal — funciona pior quando dormimos pouco, enquanto o sistema de recompensa fica hiperativado. "O resultado é uma combinação perigosa: mais impulsividade, mais busca por prazer imediato e menos capacidade de escolher alimentos que favoreçam a saúde", complementa a médica.

O sono ruim também reduz o gasto calórico total do dia. "Com apenas uma noite mal dormida o corpo gasta menos energia para realizar as mesmas tarefas, diminui a termogênese e aumenta a tendência a estocar gordura, especialmente na região abdominal. A resistência à insulina também aumenta, mesmo em pessoas sem diabetes, favorecendo acúmulo de gordura visceral e inflamação sistêmica".

A especialista diz que privação de sono significa mais inflamação circulante, mais cortisol, mais alteração do metabolismo hepático e mais dificuldade de controlar o peso. "O corpo inteiro entra em um estado de desregulação metabólica. O ritmo circadiano — que coordena digestão, produção hormonal, temperatura corporal e metabolismo — perde a sincronia quando o sono é irregular. Literalmente, o organismo passa a operar em modo de economia, armazenando mais energia e gastando menos", alerta.

Por isso, Dra Tassiane costuma dizer aos pacientes que o sono é um dos maiores “aceleradores naturais” do metabolismo.

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"Dormir bem melhora a sensibilidade à insulina, aumenta o gasto energético, reduz inflamação, protege a massa magra, estabiliza o apetite, melhora o humor e deixa o cérebro mais capaz de fazer boas escolhas. Não existe emagrecimento sustentável sem sono adequado. Não existe saúde metabólica sem sono de qualidade" .

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