Após bombardeios a Kiev, Zelensky se reúne com aliados antes de encontro com Trump

Volodymyr Zelensky realizará conversas com aliados europeus durante uma escala no Canadá, anunciou o presidente da Ucrânia em uma mensagem de texto enviada a jornalistas durante seu voo para os Estados Unidos neste sábado (27). Zelensky tem um encontro marcado com Donald Trump neste domingo (28).

27 dez 2025 - 09h30

"Estamos voando para a Flórida, nos Estados Unidos. No caminho, faremos uma escala no Canadá. Terei um encontro com o primeiro-ministro canadense, Mark Carney. Juntos, planejamos realizar conversas on-line com líderes europeus", disse Zelensky. Ele deverá discutir a questão sensível dos territórios ucranianos com Trump, como parte das negociações para o fim da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Nesta madrugada, Kiev foi alvo de um ataque com drones e mísseis, que causaram um incêndio em um prédio residencial, mataram uma mulher de 47 anos e deixaram 19 pessoas feridas, 11 das quais foram hospitalizadas, segundo o prefeito Vitali Klitschko.

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Ele acrescentou que "2.600 prédios residenciais, 187 creches, 138 escolas e 22 instalações de assistência social" estavam sem aquecimento. De acordo com o governador regional, Mykola Kalashnyk, "mais de 320 mil residências estão sem energia".

Quase quatro anos após o início da ofensiva em larga escala da Rússia, a Ucrânia segue sendo bombardeada diariamente.

A Força Aérea Ucraniana emitiu um alerta aéreo nacional nas primeiras horas de sábado e afirmou nas redes sociais que drones e mísseis estavam sobrevoando diversas regiões da Ucrânia, incluindo a capital.

Rússia "não quer acabar com a guerra"

Antes de partir para os Estados Unidos, Zelensky afirmou que o ataque russo contra Kiev demonstra que a Rússia "não quer acabar com a guerra", acrescentando que os russos "estão buscando todas as oportunidades para infligir ainda mais sofrimento à Ucrânia".

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As negociações para resolver o conflito se intensificaram nas últimas semanas, após a apresentação de um plano divulgado por Donald Trump.

Embora esse documento tenha sido inicialmente considerado por Kiev e por seus aliados europeus como muito favorável a Moscou, Volodymyr Zelensky revelou nesta semana detalhes de uma versão revisada, que foi criticada pela Rússia. O Kremlin acusou a Ucrânia de tentar "sabotar" as negociações.

Essa versão defende um congelamento da linha de frente, sem oferecer uma solução imediata para as reivindicações territoriais da Rússia, que ocupa mais de 19% da Ucrânia.

Com AFP

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