O governo Trump triplicou para US$ 3 mil o incentivo oferecido a imigrantes ilegais que deixarem os EUA voluntariamente até o final do ano, promovendo a medida como generosidade, mas com tom intimidatório.
O governo do presidente Donald Trump decidiu aumentar para US$ 3 mil (cerca de R$ 16,7 mil) o valor oferecido a imigrantes em situação irregular que aceitarem deixar os Estados Unidos de forma voluntária até o fim do ano. O incentivo, que antes era menor, foi triplicado e anunciado pelo Departamento de Segurança Interna como um benefício, classificado como um gesto de “generosidade” pela secretária Kristi Noem.
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“Durante a temporada de Natal, o contribuinte americano está generosamente triplicando o incentivo para deixar voluntariamente o país aqueles que estão aqui ilegalmente — oferecendo um bônus de saída de US$ 3.000, mas apenas até o fim do ano”, afirmou a secretária Kristi Noem.
Apesar de apresentar a medida como uma vantagem, Noem voltou a adotar um tom de ameaça ao se dirigir aos imigrantes sem documentação. Segundo ela, eles “devem aproveitar esse presente e se autodeportar, porque, se não o fizerem, nós os encontraremos, nós os prenderemos e eles nunca retornarão”.
Nas redes sociais, o próprio Departamento de Segurança Interna divulgou a iniciativa como uma “oferta de tempo limitado” e um “bônus para ir para casa para as festas”, sugerindo que o país de origem seria o verdadeiro lar dos imigrantes ilegais. A publicação também traz um aviso em tom intimidatório: “Estamos riscando nomes da lista dos mal-criados. Não seja o próximo.”
De acordo com as regras estabelecidas pelo governo Trump, os imigrantes interessados no incentivo precisam aderir ao programa por meio do aplicativo CBP Home, desenvolvido pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos. A ferramenta reúne serviços migratórios, incluindo a opção de autodeportação.
A gestão Trump planeja reforçar ainda mais a política anti-imigração em 2026, mesmo diante da queda de popularidade do presidente. O chamado czar da fronteira, Tom Homan, afirmou que os números de prisões de imigrantes ilegais e de deportações “vão explodir” no próximo ano. Ainda assim, as deportações já alcançaram níveis recordes em 2025.