Ex-premiê da Malásia Najib Razak é condenado a mais 15 anos de prisão

26 dez 2025 - 17h57

O influente ex-primeiro-ministro da Malásia Najib Razak foi condenado nesta sexta-feira a mais 15 anos de prisão e multado em US$2,8 bilhões por abuso de poder e lavagem de dinheiro no maior julgamento do escândalo multibilionário ‌do 1MDB, em uma decisão que pode ter grandes ramificações políticas.

Investigadores da Malásia e dos Estados Unidos dizem que pelo ‌menos US$4,5 bilhões foram roubados do 1Malaysia Development Berhad, um fundo estatal fundado em 2009 por Najib, entre outros, durante o primeiro de seus nove anos no poder do país do sudeste asiático.

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Mais de US$1 bilhão supostamente foi parar em contas ligadas a Najib, de 72 anos, que foi sentenciado pela primeira vez em 2022 em outro caso do ‍1MDB e vem insistindo que foi transformado em bode expiatório do maior escândalo financeiro da história da Malásia.

Em um veredicto que levou cinco horas para ser proferido, o juiz do tribunal superior Collin Lawrence Sequerah disse que a alegação de Najib de que foi repetidamente enganado por outras pessoas no 1MDB ‌não era plausível e que acreditar nisso "levaria a imaginação aos domínios da pura ‌fantasia".

A decisão pode alimentar as tensões na aliança de governo do primeiro-ministro Anwar Ibrahim, que inclui o partido UMNO (United Malays National Organisation), outrora dominante, sobre o qual Najib manteve uma influência significativa mesmo na prisão.

Em um dia de acerto de contas para o político mais divisivo da Malásia, Najib foi considerado culpado de todas as quatro acusações de abuso de poder e de todas as 21 acusações de lavagem de dinheiro, após uma maratona de batalhas legais que incluiu diversos recursos e um perdão real parcial.

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"A alegação do réu de que as acusações contra ele são uma caça às bruxas e têm motivação política foi desmascarada pelas provas frias, duras e incontestáveis contra ele, que apontavam para o fato de o acusado ter abusado de sua própria posição poderosa no 1MDB, juntamente com os amplos poderes conferidos a ele", disse o juiz Sequerah no veredicto.

O advogado de Najib, Muhammad Shafee Abdullah, disse que deve recorrer da decisão na segunda-feira.

Najib pediu desculpas no ano passado por ter lidado mal com o escândalo, dizendo que foi enganado por funcionários do 1MDB e pelo financista fugitivo Jho Low sobre a origem dos fundos em suas contas. Low, que foi acusado nos EUA por seu ‌papel central no caso, nega ter cometido irregularidades e seu paradeiro é desconhecido.

O juiz Sequerah disse que, como primeiro-ministro, Najib "estava no ápice do processo de tomada de decisões" e as evidências revelaram que ele tinha um "vínculo e conexão inconfundíveis" com Low, que atuou como seu procurador e intermediário nos assuntos do 1MDB.

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