O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, vai discutir no domingo questões territoriais -- principal obstáculo nas negociações para encerrar a guerra -- com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto um plano de paz de 20 pontos e um acordo de garantia de segurança estão quase concluídos.
Ao anunciar a reunião, Zelenskiy disse que "muita coisa pode ser decidida antes do Ano Novo", uma vez que Washington se esforça para acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia, conflito mais mortal da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
"Quanto às questões sensíveis: Discutiremos Donbas e a usina nuclear de Zaporizhzhia. Certamente discutiremos outras questões também", disse o ucraniano a jornalistas em um bate-papo no WhatsApp.
Zelenskiy espera convencer Trump a desistir de uma proposta dos EUA que prevê a retirada completa das forças ucranianas de Donbas. Caso não consiga levar os EUA a uma posição "firme" sobre concessões territoriais, disse ele em comentários separados citados pelo Axios, estaria disposto a submeter o plano de paz de 20 pontos liderado por Washington a um referendo — desde que a Rússia concorde com um cessar-fogo de 60 dias para permitir que a Ucrânia se prepare e realize a votação.
Moscou quer que a Ucrânia se retire de trechos da região oriental de Donetsk que as tropas russas não conseguiram ocupar durante quase quatro anos de guerra. A Rússia busca o controle total de Donbas, que compreende as regiões de Donetsk e Luhansk. Kiev quer que os combates sejam interrompidos nas linhas de batalha atuais.
Em busca de um acordo, os EUA propuseram uma zona econômica livre se a Ucrânia deixar a área. A proposta não fornece detalhes sobre como a zona funcionaria.
As questões territoriais continuam sendo um obstáculo para o avanço das negociações. Quaisquer compromissos sobre o território devem ser decididos pelo povo ucraniano em um possível referendo, defende Zelenskiy.
A usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, está localizada na linha de frente e é controlada pelas forças russas.