'Não vou ser Jairzinho paz e amor', afirma Bolsonaro

Em evento, candidato criticou adversários e se defendeu de comentários negativos sobre entrevista no Jornal Nacional

29 ago 2018 - 14h09
(atualizado às 17h30)

O candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, afirmou em painel realizado na tarde desta quarta-feira, 29, que não terá como estratégia se chegar ao segundo turno ser "Jairzinho paz e amor". O candidato também disse que o País está "cansado do politicamente correto". Bolsonaro rebateu as críticas à sua participação no Jornal Nacional, na noite de terça, e criticou Marina Silva e a chapa Alckmin/Ana Amélia.

O candidato esteve no painel "Brasil de Ideias", promovido pela revista Voto, com a presença de empresários e políticos, na capital gaúcha. À imprensa, Bolsonaro afirmou que sua entrevista "quase que garantiu sua presença no segundo turno". "A entrevista me deu uma exposição enorme, já que não vou ter tempo de TV", disse.

Publicidade
O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, discursa em carro de som após desembarcar no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), na manhã desta quarta-feira (29). Bolsonaro estava acompanhado do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, discursa em carro de som após desembarcar no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), na manhã desta quarta-feira (29). Bolsonaro estava acompanhado do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
Foto: EDUARDO TEIXEIRA/RAW IMAGE / Estadão

Perguntado pela organização do evento sobre qual seria sua estratégia para o segundo turno "quase garantido", ele criticou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Não vou ser o Jairzinho paz e amor. As cartas estão na mesa. O FHC reiterou que num possível segundo turno, se aliaria ao PT", criticou.

O candidato do PSL cobrou "posição" de Marina Silva (Rede) sobre assuntos polêmicos como o aborto e o porte de armas. "Ela deu uma entrevista em março e foi perguntada se já tinha sofrido alguma violência sexual na infância. Ela falou que não, porque 'eu e minhas irmãs menores tínhamos uma espingarda'. Ela mudou de ideia, ela é evangélica, ela tem que ter posição em alguns assuntos", afirmou.

Perguntado sobre fala de Geraldo Alckmin (PSDB), que chamou a candidatura de Bolsonaro de "inviável" e disse que o deputado federal "perderia para qualquer um no segundo turno", o candidato do PSL ironizou. "Ele podia ficar tranquilo já que não vou chegar a lugar nenhum". Bolsonaro também afirmou que "tem respeito" por Ana Amélia (PP), candidata a vice na chapa de Alckmin, mas que ela se "desgastou ao ir ao Centrão". "Parece que ela perdeu muito aqui no RS, que ela foi na contramão do que ela pregou", disse.

Sobre a polêmica acerca do livro 'Aparelho sexual e cia', o candidato afirmou que o Ministério da Educação "mente". "São uns canalhas. Esses livros peguei em bibliotecas no Vale do Ribeira", disse mostrando a obra aos presentes. O MEC, no entanto, reiterou em diversas ocasiões que "não produziu e nem adquiriu ou distribuiu o livro" citado.

Publicidade

Bolsonaro também criticou quem afirma que ele defende salários distintos entre homens e mulheres e sugeriu que uma suposta diferença salarial entre William Bonner e Renata Vasconcellos fosse apurada pelo Ministério Público do Trabalho. "Pelo que sei, a Renata recebe R$ 200 mil e o Bonner, R$ 800 mil. Tinham que procurar o MPT para denunciar essa questão", disse.

Perguntado sobre sua rejeição, Bolsonaro afirmou que "deveria ter assaltado uma estatal". "Tenho mais rejeição do que o Lula? Eu deveria ter metido a mão em fundo de pensão, ofendido as mulheres, como o caso do grampo. Não acredito em pesquisa. Não tenho tanta rejeição assim", afirmou.

Chegada a Porto Alegre

O candidato chegou ao Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, por volta das 10h, onde foi recebido por centenas de apoiadores. De um carro de som, Bolsonaro agradeceu os presentes e afirmou que, se eleito, irá "varrer a corrupção do Brasil". "Eles podem me chamar de tudo, menos de corrupto", disse.

Veja também:

Top Político: Dizer que sou frágil para a Presidência é preconceito, diz Marina Silva
Video Player
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se