A Polícia Civil do Rio de Janeiro segue à procura de Edgar Alves de Andrade, conhecido como "Doca" ou "Urso", apontado como um dos principais líderes do Comando Vermelho (CV) no estado. O criminoso continua foragido após a megaoperação deflagrada nesta terça-feira, 28, que deixou ao menos 64 mortos e resultou na prisão de 81 suspeitos.
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Enquanto Thiago do Nascimento Mendes, o "Belão do Quintungo", foi capturado durante a ação, Doca conseguiu escapar. De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Doca é considerado o chefe máximo da facção no Complexo da Penha, além de exercer influência em comunidades da cidade, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) denunciou Doca, investigado por uma longa lista de crimes, que inclui mais de 100 homicídios, entre eles execuções de crianças e desaparecimentos de moradores. Segundo o Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP), havia 34 mandados de prisão em aberto contra ele.
Doca também é apontado como mandante da execução de três médicos, mortos por engano na zona sudoeste do Rio, e ainda uma tentativa de homicídio na Barra da Tijuca, em outubro de 2023. De acordo com as investigações, um dos profissionais foi confundido com o verdadeiro alvo dos criminosos.
Em setembro do ano passado, Doca também foi um dos alvos da operação Bozz Bomb, que visava reprimir o uso de drones lançadores de granadas.
Em maio deste ano, o MPRJ denunciou Doca e outros dois integrantes do CV por ataque a uma delegacia em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O crime ocorreu em 15 de fevereiro de 2025, quando o grupo invadiu a unidade armados com fuzis e granadas, ferindo dois agentes e torturando um deles.
Segundo as investigações, o objetivo da ação era resgatar Rodolfo Manhães Viana, o "Rato", preso horas antes por tráfico e associação para o tráfico na comunidade Vai Quem Quer. No entanto, o plano falhou -- Rato já havia sido transferido para a Polinter, na Cidade da Polícia, no momento da invasão.
Apesar das sucessivas operações e das dezenas de mandados expedidos contra ele, Doca segue foragido e é tratado pelas autoridades como um dos criminosos mais perigosos e influentes do Rio de Janeiro. Para localizá-lo, a Polícia Civil oferece uma recompensa de R$ 100 mil pela captura do criminoso.
*Com informações do Estadão