Megaoperação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro deixou ruas vazias, comércio fechado, transporte público lotado e resultou em 64 mortes, 81 prisões e apreensão de armamento, com impacto em diversas regiões da cidade.
A terça-feira, 28, foi de tensão no Rio de Janeiro. Em função da megaoperação realizada por agentes de segurança contra o crime organizado para capturar lideranças da facção criminosa Comando Vermelho, em comunidades da Zona Norte da cidade, inúmeros locais do munícipio sofreram impactos da ação.
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A rotina de muitos trabalhadores foi alterada com o expediente sendo encerrado mais cedo. No transporte público, especialmente em ônibus, metrôs e barcas, foram muitos os relatos de superlotação na parte da tarde. Os usuários que precisavam retornar às áreas em que havia registros de violência, em localidades como Maria da Graça, Vila da Penha e Irajá, no Rio, Belford Roxo e Nilópolis, na Baixada Fluminense, e São Gonçalo, na região metropolitana, demonstravam aflição com a incerteza de segurança durante o trajeto.
Vias importantes sofreram com interdições intermitentes ao longo de todo o dia por causa de barricadas, assaltos e arrastões praticados por criminosos.
No início da noite, contudo, em alguns pontos da cidade, em bairros como a Tijuca, na Zona Norte, no Largo do Machado, e Flamengo, na Zona Sul, a movimentação nas estações de metrô havia sido normalizada. Nas ruas, entretanto, os comércios foram fechados e uma sensação de apreensão marcava os poucos indivíduos que circulavam, comparado a um dia típico. Por volta das 18h30, pontos que costumam estar amplamente movimentados por pedestres e engarrafamentos, estavam livres.
A Rotisseria Sírio Libanesa, tradicional restaurante no Largo do Machado, conhecida por estar sempre cheia, principalmente no horário pós-expediente, dessa vez, estava vazia. "Caiu muito o movimento. Vamos até encerrar mais cedo", disse um funcionário à reportagem do Terra.
A operação deflagrada nesta terça-feira, 28, foi a mais letal da história do Rio de Janeiro. Até o momento, foram confirmadas 64 mortes, entre elas quatro policiais. Segundo o balanço parcial do governo, 81 suspeitos foram presos, 72 fuzis apreendidos e há grande quantidade de drogas ainda em contabilização.
A ação mobilizou mais de 2,5 mil agentes de segurança e levou a Polícia Militar a colocar de prontidão todo o seu efetivo. Além disso, a cidade entrou em Estágio Operacional 2, ou seja, quando há risco de ocorrência de alto impacto, de acordo com o Centro de Operações e Resiliência (COR). Dessa forma, a recomendação das autoridades foi para que a população evitasse deslocamentos em regiões impactadas pela operação e permanecesse em locais seguros.
