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Representatividade LGBTQIAPN+: o que é e qual sua importância

A visibilidade LGBTQIAPN+ é mais do que uma ferramenta na luta por direitos, ela é necessária para a construção identitária como sociedade

8 mai 2024 - 05h00
(atualizado em 14/5/2024 às 13h58)
Resumo
Representatividade LGBT refere-se à inclusão e visibilidade de pessoas da comunidade LGBTQIAPN+, reconhecendo suas identidades e lutando contra a discriminação e o preconceito.
Jovens segurando a bandeira da comunidade LGBTQIAPN+.
Jovens segurando a bandeira da comunidade LGBTQIAPN+.
Foto: Vanessa Nunes / Getty Images

O quão importante é olhar para a mídia, espaços políticos, a ficção e até mesmo o mercado de trabalho e se enxergar ali? Acredite: os benefícios são muitos, e não só como indivíduo, mas também enquanto sociedade. 

Reconhecer a diversidade é um passo importante, sobretudo para desenvolver a representatividade LGBTQIAPN+ que pode ser transformadora na vida de muitas pessoas dessa comunidade.

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Nos últimos anos, é possível perceber que o debate sobre o assunto cresceu, o que é positivo para que a conscientização exista e a luta por direitos seja eficaz. 

E acredite: a representatividade LGBTQIAPN+ desempenha um papel necessário na construção identitária. Isso porque, ao se enxergar em pessoas que refletem a diversidade sexual e de gênero nas redes sociais, na publicidade, na política e espaços públicos, homens e mulheres se sentirão confortáveis para serem livres sendo quem são, independente de estereótipos e preconceitos.

O que é a representatividade LGBTQIAPN+?

A representatividade por si só, nesse contexto político, para grupos marginalizados e excluídos, significa nada mais do que a visibilidade da comunidade LGBTQIAPN+. Ou seja, refere-se à presença de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, travestis, intersexo, assexuais, pansexuais, não binárias e outras identidades de gênero e orientações sexuais diversas em diferentes setores da sociedade, como na mídia, política, cultura e entretenimento. 

Por exemplo, nas eleições de 2022, o Brasil bateu o recorde em número de candidatos e candidatas eleitas LGBTQIAPN+. Isso fica ainda mais nítido ao analisar que, a partir dessa eleição e pela primeira vez na história, duas mulheres trans estão ocupando cadeiras no Congresso Nacional: Erika Hilton e Duda Salabert.

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Além disso, a representatividade também inclui a presença de personagens LGBTQIAPN+ em filmes, programas de TV, livros e outras formas de mídia, como publicidades, bem como a participação ativa de pessoas da comunidade em cargos de liderança e influência no mercado de trabalho.

Qual a importância disso tudo?

Se a representatividade LGBTQIAPN+ está diretamente ligada à construção da identidade para esse grupo, ela é, inegavelmente, uma ferramenta de validação e visibilidade que permite que essas pessoas combatam preconceitos e rompam com barreiras colocadas pelos estereótipos sociais. 

Ver pessoas semelhantes a si ocupando espaços importantes na sociedade ajuda a combater o isolamento e a solidão que, muitas vezes, acompanham a experiência de ser LGBTQIAPN+ em uma cultura predominantemente heterossexual e cisgênero.

Mas engana-se quem pensa que a representatividade deva estar presente apenas em espaços de poder ou na mídia. A representatividade pode ser algo rotineiro e, muitas vezes, isso ainda é mais transformador, afinal se reconhecer no ambiente familiar, escolar ou até mesmo de trabalho pode ser um divisor de águas, socialmente e até mesmo na saúde mental.

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Isso acontece porque a presença e a visibilidade dessas pessoas em diversos contextos ajudam a combater o estigma e a discriminação e a humanizar as experiências, empoderar, e inspirar. Mas a representatividade LGBTQIAPN+ não beneficia apenas as pessoas da comunidade. Pelo contrário, ela também promove a construção de um olhar mais inclusivo e diverso para toda a sociedade.

Como isso começou?

Não há como definir como a representatividade LGBTQIAPN+ se iniciou, mas, ao longo da história dessa comunidade, muitos foram os desafios enfrentados e foi necessário muito trabalho dos movimentos sociais para que, hoje, a discussão pudesse ser em torno de visibilidade e inclusão. 

Aqui é importante frisar o papel fundamental dos movimentos LGBTQIAPN+

que sempre estiveram à frente da luta por direitos da comunidade: na década de 1970, em Stonewall, nos Estados Unidos, ativistas cansaram de aguentar a violência e resistiram à repressão policial. A partir disso, diversos grupos políticos começaram a se formar em várias partes do mundo, o que pode ser visto até os dias atuais.

Avanços legais significativos também contribuíram para isso, como a descriminalização da homossexualidade, o reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo, a proteção contra a discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero, entre outras questões.

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Com o avanço e a importância da mídia e da comunicação para a sociedade, esses dois pilares se tornaram meios fundamentais para a visibilidade, mas também para a conscientização e a aceitação social.

Quando programas de televisão, filmes, livros e músicas começaram a apresentar personagens e histórias LGBTQIAPN+ de maneiras mais diversas e realistas, se tornou possível trazer o protagonismo para dentro da comunidade.

Quais são os desafios que a comunidade LGBTQIAPN+ enfrenta?

Em uma sociedade em que ser heterossexual e cisgênero é tido como “padrão”, romper com essa estrutura pode trazer desafios para a comunidade LGBTQIAPN+ em diversos contextos, já que o preconceito se tornou algo enraizado e estrutural.

Muitas pessoas da comunidade enfrentam discriminação em várias áreas da vida, incluindo trabalho, moradia, acesso à saúde e educação devido à sua identidade de gênero ou orientação sexual.Mas não só isso. Infelizmente, a violência física, verbal e emocional ainda são bastante presentes, o que leva o Brasil a ser o país mais perigoso para a comunidade LGBTQIAPN+ no mundo.

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Sem falar nas desigualdades econômicas, incluindo disparidades salariais, maiores taxas de desemprego e falta de acesso a oportunidades de educação e avanço profissional. 

Além disso, em muitos lugares, pessoas LGBTQIAPN+ enfrentam dificuldades para acessar cuidados de saúde adequados e sensíveis às suas necessidades, incluindo cuidados relacionados à saúde sexual e reprodutiva e tratamento de doenças crônicas.

Mas quando falamos de saúde, é preciso lembrar de incluir a saúde mental. Muitas pessoas acabam tendo uma probabilidade de desenvolver depressão e ansiedade, por exemplo, muitas vezes como resultado do estigma social, discriminação e falta de apoio.

E é aqui que a representatividade LGBTQIAPN+ entra, afinal é possível reduzir o sentimento de isolamento ao mostrar que essas pessoas não estão sozinhas e que há outras como elas em todo o mundo, auxiliando na construção de identidade e a autoestima, por exemplo.

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Quais são os avanços e retrocessos da comunidade LGBTQIAPN+?

Segundo pesquisas realizadas pelo Datafolha, 15,5 milhões de brasileiros se autodeclaram LGBTQIAPN+. Esse é um número expressivo na população, o que aumenta ainda mais a responsabilidade e a necessidade de dar visibilidade para essa discussão e garantir que a luta por direitos seja contínua.

Muitos são os avanços da comunidade, como a presença de pessoas LGBTQIAPN+ na política, campanhas educativas que fazem toda a diferença para romper com o preconceito, a criação de vagas afirmativas no mercado de trabalho e outras políticas públicas.

Mas, infelizmente, ainda há muito retrocesso e o Brasil segue sendo um dos piores países quando o assunto é representatividade LGBTQIAPN+. Isso porque, além de ser o país que mais mata transexuais no mundo, o que antes era tido como um avanço, como a possibilidade de união estável entre pessoas do mesmo sexo, pode ser revogada se um projeto de lei que trata sobre isso for aprovado no Congresso Nacional.

Além disso, ainda há muitos desafios no acesso à saúde para pessoas LGBTQIAPN+, especialmente no que diz respeito à saúde mental e à oferta de serviços específicos para suas particularidades.

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Esse cenário, com avanços e retrocessos, mostra que apesar de alguns progressos significativos, ainda há muito a ser feito para garantir a plena inclusão e igualdade de direitos, mas principalmente para que a representatividade LGBTQIAPN+ seja efetiva na vida das pessoas da comunidade.

Quer saber tudo sobre o universo LGBTQIAPN+? Acompanhe a Editoria Nós do Terra!

Fonte: Redação Terra
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