A Stellantis, gigante por trás de diversas marcas como Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën, decidiu que não vai assistir de camarote à invasão chinesa no mercado brasileiro de elétricos. Com a chegada da Leapmotor ao seu portfólio, o grupo dá o passo mais ousado desde a consolidação que o transformou na maior força automotiva da América do Sul, com um movimento que tem tudo a ver com competitividade, timing e a rápida mudança no comportamento do consumidor.
Quem lidera essa nova fase é Herlander Zola, recém-nomeado CEO da Stellantis para a região. E, para ele, a simbologia da escolha não passa despercebida: um brasileiro no comando de uma operação desse tamanho não é apenas um marco, mas um indicativo de que a companhia quer decisões mais próximas da realidade local. Afinal, não faltam desafios. Mesmo liderando o mercado sul-americano com 815 mil veículos vendidos até outubro e quase 30% de participação, a Stellantis sabe que a disputa ficou séria: de menos de 1% em 2019, as marcas chinesas já ocupam cerca de 10% do mercado — puxadas por BYD e GWM.
A entrada da Leapmotor tenta resolver justamente o principal ponto fraco do grupo: a ausência de uma linha elétrica competitiva em preço, escala e tecnologia. Enquanto investia em híbridos flex como Fiat Fastback e Jeep Commander, a Stellantis via as chinesas dominarem o segmento com plataformas 100% elétricas prontas, baratas e cada vez mais desejadas. Agora, esse gargalo começa a fechar.
O primeiro carro da Leapmotor por aqui será o ...
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